Ciao!!!
Tem livros que atiçam a minha curiosidade. Neste caso, foi um pacote de iscas: o subtítulo – 227 dias para arrumar um namorado, já indicava que não seria uma situação normal (deadline sempre é um pesadelo). Quando li a orelha do livro, já que a contracapa não tem resumo, apenas excertos e uma breve explicação da origem da história, sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele estaria aqui em casa. E ele veio, na maré trazida pelo meu aniversário (que foi em novembro, deu pra entender como está meu atraso?) o/
Encontro às Cegas: 227 dias para arrumar um namorado – Carolina Aguirre – Benvirá
(Ciega a citas – 2011)
Personagens: Lucia, sua família e seus “pretendentes”
Lucia tinha 30 anos, estava acima do peso e ainda por cima tinha uma missão dura pela frente: o casamento da irmã caçula, Irina, “a perfeita”. Como se isso não fosse estressante o suficiente, ela ouviu a mãe e a irmã fazendo uma aposta: a mãe estava convicta de que Lucia apareceria sozinha na festa, de vestido preto, comeria tudo, terminaria bêbada e dando vexame. Caso isso não acontecesse, ela pagaria toda a festa. Sem que as duas soubessem, Lucia embarcou na procura de um namorado que pudesse esfregar na cara da família, ops, levá-la à festa em sete meses e meio…
Comentários:
Repito aqui o que disse nos livros dos trigêmeos Reilly, da Maureen Child: há casos em que não precisa ser gênio para saber que algo vai dar errado, né? Se Lucia fosse Roberta em dia muito escorpiano, teria esbravejado e acabado com a aposta tão logo a ouviu. Se Lucia fosse Roberta em dia muito geminiano, arrumaria uma grande confusão e não iria a casamento nenhum. Moral da história: se Lucia fosse Roberta… não haveria livro!
Como Lucia é Lucia, ela pensa com o orgulho ferido e estabelece a meta de fazer a mãe quebrar a cara e ter que bancar a festa da irmã: arrumando um namorado que pudesse, mais que amá-la, esfregá-lo na cara da família, dos amigos e dos parentes.
E, a partir disso, empreende uma busca desenfreada por um candidato que cumprisse os requisitos, relatando todas as suas dúvidas, crises, descobertas e possibilidades em um diário – que é a forma como conhecemos a história, sempre pelo ponto de vista dela. Isso não incomoda, porque dá para você perceber outros pontos de vista que Lucia ignora, mas, de uma forma inconsciente, relata. E posso garantir que, diante do desenrolar da história, a leitora não tem a menor idéia do que vai acontecer no casamento de Irina: se Lucia vai arrasar ou se será arrasada.
Alguém me pediu uma síntese do livro e o que disse foi: “imagina se a Bridget Jones fosse argentina, tivesse uma mãe que fosse o capeta e o Mark Darcy não estivesse por perto”. É uma explicação bem resumida, mas que contempla o ponto de partida da história. A mãe de Lucia é uma peste e houve momentos em que eu queria entrar na história ao melhor estilo zagueiro brucutu e dado uma voadora nela (gente, leiam o livro e vocês vão ver que ela, mais que merece, precisa ser enquadrada rapidamente).
A Lucia também merecia uns cascudos por se meter em uma busca infantil que só causa confusão. Bastava não ir ao casamento e mandar a família pastar na Sibéria – depois da overdose de casamentos que tive nos últimos anos, aprendi que Las Vegas é uma opção a ser considerada: noivo e noiva entram na capela, casam ao som de Love me Tender e pronto!
Nada de parente dando pitaco, de ser coagida para incluir A, B ou C na lista de casamento, nada de presentes tipo “er… pra que serve isso?”, nada de conciliar pessoas que não se gostam, mas precisam estar na festa… E também nada do dilema: “mas você precisa de um vestido para ir!” mesmo que tenha roupa nova no armário que (na avaliação) não serve para o tal evento (e para evento nenhum, pelo visto, né?).
As pessoas precisam entender que se você não for a noiva não deve – nem precisa – chamar a atenção: uma roupa que valorize seus atributos de forma elegante resolve o problema (afinal de contas, deduz-se que ninguém quer no casório a sucursal do concurso garota pancadão chão chão chão, né?).
– E (ainda mantendo a comparação com Bridget Jones) o problemão do livro diz respeito ao “Mark Darcy”: onde estará o homem com quem Lucia precisa se relacionar para vencer a aposta (entre outros motivos, claro)? Quem será esta criatura? E por mais que as minhas mãos estejam coçando para dar uma pista aqui, não vou fazer isso. E estragar a surpresa? Imagina…
– Como deu pra entender, Carolina Aguirre é argentina (no site da Benvirá tem a biografia dela). Encontro às Cegas surgiu como um blog, Ciega a Citas. E além do livro, deu origem a uma série de televisão, como conta a Wikipedia e que até pensei em ver só pra canalizar em alguém a raiva que sinto da mãe da Lucia. A autora agora tem outro blog, o Bestiaria e quem quiser mais informações pode olhar aqui.
Arrivederci!!!
Beta
Meu Deus, amei! PRECISO ler esse! Já coloquei na minha listinha do skoob.
Amigas, por motivo de força maior eu cancelei o meu blog, me desculpem por deixa-las sem explicações.
Mas foi uma coisa muita chata que estava acontecendo.
Deixo aqui meu novo endereço. Não é um blog sobre decoração e artesanato, agora é um blog pessoal, voltado principalmente para o meu lado escritora, agora que estou lançando um livro, mas todas voces são bem vindas lá!
Espero te ver lá! Um abraço apertado!
Vanessa Orgélio
http://vanessaorgelio.blogspot.com.br
Eu leria esse romance para poder ter prazer de ver aquela mãe madrasta ter de roer seus cotovelos por perder sua aposta sem vergonha, ora essa !!!