Menu fechado

Amor em jogo – Elena Armas – Cap. 1959

Ciao!!!

Disponível na Amazon

Ah, como eu gostaria de dizer que este livro é 100% ficção. No entanto, pelo que já vivi no profissional e no pessoal, sei exatamente que tipo de situação real inspirou algumas das desventuras de Adalyn.

Lamentavelmente muitas não terminam bem do lado de cá das páginas.

Amor em jogo – Elena Armas – Arqueiro
(The Long Game – 2023)
Personagens: Adalyn Reyes, Cameron Caldani e a misoginia nossa do dia a dia

Uma agressão na mascote do Miami Flames, a equipe de futebol masculino que disputava a MLS, colocou Adalyn Reyes, diretora de comunicação do time, em desgraça. Para tentar amenizar o escândalo, ela foi exilada pelo dono do clube, o pai dela, em Green Oak, na Carolina do Norte, sob o pretexto de fazer crescer a equipe local. Ao chegar na nova vida imposta a ela, Adalyn percebe o tamanho da missão que tem pela frente se quiser recuperar o cargo que sempre almejou: aprender a lidar não apenas com as meninas que jogam no Green Warriors e, ainda pior, conviver com o treinador Cameron, um caso de antipatia à primeira vista.

Como se fosse descartável

“A diretora de comunicação, chata e sem sal, finalmente encontrou o que a fez arder? A ira feminina explicada”.

A história começa com Adalyn no meio do furacão: jogada aos leões na reunião da diretoria do Miami Flames após a agressão a Sparkles, a mascote do time. Ela até tentou se defender, mas não teve jeito: o vídeo viralizou nas redes sociais, causou impacto financeiro ruim e, para abafar o escândalo, ela deveria se afastar da equipe.

O pai dela, Andrew Underwood, decidiu enviá-la para uma missão: fazer repercutir um time em Green Oak, no interior da Carolina do Norte. Se ela fosse bem-sucedida – e o escândalo passasse -, talvez pudesse ser reintegrada.

Por missão, entenda: exílio. Ela perdeu todos os acessos ao sistema do Miami Flames, e embarcou de forma precipitada e às cegas para a missão, pensando que conseguiria resolver o quanto antes para voltar ao lugar onde queria a todo custo pessoal pertencer.

Como se eu fosse preciosa

“– Você vai se machucar se continuar desse jeito – disse, tão baixinho que não entendi direito suas palavras. – Está em pedaços, meu bem – murmurou, os olhos verdes retornando aos meus. – Mal consigo ver você embaixo de todo o caos”

Claro que a gente sabe que nada vai ocorrer do jeito que Adalyn espera, afinal de contas, quando a maré está contra, nada funciona até a gente descobrir como enfrentar e remar na turbulência.

Ela vai parar em um ambiente completamente diferente do que ela está habituada. Ela é a estranha no ninho. A novata na cidade. Precisa conquistar o apoio e o respeito dos moradores, dos pais e das meninas da equipe, o que se torna uma missão árdua e extremamente complicada. Entre os empecilhos está o treinador reticente da equipe: Cameron Caldani.

O relacionamento entre Cameron e Adalyn começa como antipatia à primeira vista de uma forma muito estabanada, há momentos de conflito declarado, até evoluir de forma natural durante a convivência forçada. Cameron aprende a enxergar Adalyn – algo que poucos fizeram e nem ela mesma consegue.

Isso não ocorre da noite pro dia, há tempo para desarmarem os preconceitos, para enfrentarem perrengues e até mesmo perceberem algumas semelhanças, apesar das experiências diferentes. À medida que os sentimentos deles evoluem, ele tenta fazer com que ela entenda que merece mais que o padrão que estava vivendo até então.

No entanto, a conscientização de Adalyn sobre si mesma leva tempo e mais alguns choques até conseguir enxergar o que a gente viu e o que as demais pessoas entenderam sobre a situação em que ela estava. E, claro, com o apoio de Cameron, de Josie, das jogadoras com personalidades fortes e com a participação inestimável de Sebastian Stan, Willow, Pierogi e Brandy e os moradores de Green Oak.

“– Eu sempre vou te dar mais do que você pedir, amor. Mesmo quando você não souber o que quer”

Como devo ser respeitada

Bem, devo deixar claro que foi uma leitura completamente parcial: desde o primeiro momento, mesmo sem saber o que causou o ato de fúria, eu já estava do lado de Adalyn. Não apoio agressões de forma alguma, mas, pelas cenas iniciais, quem já viu esse filme ou algo semelhante imagina o que está por trás daquela caça à bruxa do primeiro capítulo.

Também quero destacar que não estou santificando Adalyn. Ela erra várias vezes tentando agradar quem não dá a mínima para o sacrifício dela. Encontrou a vocação ao trabalhar com o futebol, mas tentou se encolher para caber numa caixinha minúscula e misógina. É o mal de quando a gente deixa se condicionar pelos outros – direta e indiretamente.

Leva um tempo para processar não apenas a situação, mas todos os sentimentos envolvidos – e o quanto isso estava custando emocional e pessoalmente para Adelyn. Por isso, mais que uma história de amor – que é construído aos poucos –, é uma história de descoberta do amor-próprio, da autoestima e de se valorizar independente dos outros.

E sim, tem muita gente safada, cretina e imbecil no mundo, que pensam que as mulheres são segundo escalão. Às garotas que estão lendo isso, não deixe alguém assim diminuir o seu valor. Uma ótica tão distorcida não reconhece nada além do próprio umbigo. Você é muito mais que este tipo de gente pensa.

Ah, o gancho final indica que teremos um desdobramento em Green Oak. A quem possa interessar: a Arqueiro anunciou o lançamento de The Fiancé Dilemma – O Dilema da Noiva – em 2025 no Brasil. Confira o que mais vem aí.

– Links: site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *