Ciao, feliz Dia das Crianças!
Disponível na Amazon
Já contei antes em alguns lugares aqui no Literatura de Mulherzinha que a minha relação com a leitura começou com #MadreHooligan. Ela me ensinou as letras e, reza a lenda, juntei por conta própria e saí lendo tudo por aí. Literalmente. Todas as placas de lojas inclusive, o que tornava andar de ônibus um desafio à minha rapidez. Depois me deu uma sacola com contos de fadas – Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e meu amado Patinho Feio, entre eles. E deu no que deu: habemus leitora compulsiva!
Volta e meia comento também que tenho duas princesas muito favoritas na Disney – uma é a Aurora, do desenho/ballet Bela Adormecida. E a outra é a Jasmine, a protagonista de Aladdin.
Uma amiga me emprestou o VHS do filme (sim, sou desta época. Não tenho culpa do povo que nasceu atrasado) durante o Carnaval. Passei a semana sem aula vendo, revendo, re-revendo (deu pra entender, né?) o filme. Aprendi os diálogos. As músicas. As cenas.
Em Português e em Inglês.
Em Português e em Inglês.
– O outro motivo pelo qual ele é xodó é que foi a primeira vez que eu me vi em uma princesa. Obviamente, Jasmine era árabe, ou seja, tchau o padrão europeu de beleza – branca, loira, de olho azul. Não era doce e abnegada, tinha um temperamento difícil; despachou os príncipes pretendentes (inclusive Aladdin/Ali Ababwa), desacatou o próprio Jafar e estava enlouquecendo o pai porque não queria se casar como a lei
determinava. E ela tinha Rajah, um tigre de estimação que a amava, a consolava e a defendia. Nada de cantar pra trazer bichinhos para limpar a casa ou ter passarinhos de backvocals. Era um TIGRE! E ainda por cima, disse claramente que não queria ser princesa (porque estava sufocada com a vida no castelo e queria ser livre). Estava longe de ser indefesa e ajuda a resolver a confusão.
determinava. E ela tinha Rajah, um tigre de estimação que a amava, a consolava e a defendia. Nada de cantar pra trazer bichinhos para limpar a casa ou ter passarinhos de backvocals. Era um TIGRE! E ainda por cima, disse claramente que não queria ser princesa (porque estava sufocada com a vida no castelo e queria ser livre). Estava longe de ser indefesa e ajuda a resolver a confusão.
“Não se deixe enganar pela sua aparência comum. Como muitas coisas, não é o que está por fora, mas o que está por dentro que interessa”.
E ainda tem a história do patinho feio. Afinal de contas, Aladdin era o “diamante bruto” indicado pelo vendedor no prólogo. Era o garoto pobre, que roubava para comer, rotulado de ladrão pela comunidade em Agrabah e que achava que a solução era ter riqueza. Ao encontrar a lâmpada, libertar acidentalmente o Gênio e ter direito aos três desejos, se torna o Príncipe Ali, porque tem certeza de que só fingindo ser um
príncipe poderia conquistar a princesa.
Pausa: nem preciso falar do Gênio, né? Ele é AZUL (que já era a minha cor favorita quando vi pela primeira vez). Despejava referências (muitas levei anos para descobrir), frases de efeitos, piadas e sentimentos intensos a torto e direito. E os créditos me informaram que ele
tinha a voz do Robin Williams – o ator que tinha me convencido que meu destino era ser professora por causa de Sociedade dos Poetas Mortos. Amor à primeira vista para sempre.
tinha a voz do Robin Williams – o ator que tinha me convencido que meu destino era ser professora por causa de Sociedade dos Poetas Mortos. Amor à primeira vista para sempre.
– Voltando ao que interessa, Jasmine se apaixona porque reconhece o rapaz que a ajudou a sair de uma encrenca no mercado quando ela fugiu de casa – mesmo sem saber que ele não era um príncipe de origem. E com a ajuda de um tapete mágico (quem nunca?), a princesa finalmente escolhe seu pretendente.
– Só que ter o desejo realizado não significa felicidade gratuita. Diante das consequências da mentira e com um rival como Jafar, não só Aladdin, mas todo o reino de Agrabah está muito encrencado. Como volta e meia ouvimos dizer, só a Verdade liberta. E no caso específico, esperteza e inteligência do casal protagonista ajudam a salvar o dia.
– Esta é a versão Disney de uma das histórias do As Mil e Uma Noites. Ainda não li o original para saber o tamanho da “licença literária” que foi adotada pelos roteiristas. Nos extras do DVD e do Blu-ray, a equipe conta o perrengue que passou porque a primeira versão do filme foi reprovada e eles tiveram que refazer a trama, cortar músicas e trechos que estavam planejados para fazer o filme funcionar. Ainda mais porque ele seria lançado após A Bela & A Fera (que eu só fui ver anos depois) e foi um arrasa-quarteirão que consolidou o renascimento da
Disney, que tem como marco o lançamento de A Pequena Sereia.
Disney, que tem como marco o lançamento de A Pequena Sereia.
Algumas curiosidades:
– O filme foi lançado em 11 de novembro de 1992 (dois dias antes do meu aniversário – confesso que não sabia!)
– Jonathan Freeman é a única pessoa a interpretar Jafar desde a dublagem do filme original, passando pelas continuações, desenhos, videogames e inclusive na versão para a Broadway.
– Sim, tem uma versão para a Broadway. Os bastidores (assim como durante a produção do filme, tudo deu muito errado antes de funcionar) estão no Blu-ray.
– Robin Williams fez 52 (!!!) personagens dublando o Gênio (sim, alguém contou). Ele falou sobre as inspirações e as curiosidades na entrevista ao “Inside the Actors Studio” (começa por volta dos 59”)
– Quando Robin Williams morreu, esta foi uma das homenagens que mais repercutiu foi publicada no Twitter da Academia.
– E este texto já estava 95% prontinho (faltavam algumas imagens e links) quando topei com a notícia de que Aladdin está na lista dos próximos filmes live-action da Disney. Confesso que tinha esta esperança depois de ver os anúncios de A Bela & A Fera e Mulan.
– Eu tive a sorte de ver a Kika Tristão – que dublou a Jasmine na música – cantando Um mundo ideal em uma entrevista que ajudei a produzir (não, não dei vexame. Sim, é um enorme mistério como não me desmanchei em lágrimas). E se vocês quiserem prova de que vozes não envelhecem, vejam este vídeo com os dubladores originais cantando em um reencontro 23 anos depois.
A essa altura, você que chegou até aqui está se perguntando: mas cadê o livro que é o dono do texto do dia?
Então, o livro entrou no meu caminho na melhor semana da minha vida neste ano, a Bienal do Livro de Juiz de Fora. No estande da editora Girassol havia uma parte só para adaptações da Disney e da Turma da Mônica. E fizeram um sucesso danado especialmente com as crianças – eu vi várias turmas passando e parando imediatamente ali porque eram tantas opções!!!
#MadreHooligan foi me encontrar na Bienal de JF no sábado e eu mostrei os livros. E ela, que (lá atrás) me deu os primeiros (que foram perdidos em um acidente doído e recente), me deu dinheiro para comprar dois. Por mais que eu ame muitos desenhos da Disney, sabia que não poderia voltar pra casa sem Aurora e Phillip e sem Jasmine e Aladdin.
É um livro de 16 páginas, que traz os principais pontos do que é narrado e mostrado no filme. Faz parte de uma série da Editora Girassol que adapta o universo Disney para o papel. É uma dica simples e eficiente para a turminha que está aprendendo a ler, além de ampliar a experiência de quem viu o DVD ou o Blu-Ray.
E aquele afago afetivo para quem cresceu – ao ajudar a se lembrar daquela garota que tinha algumas certezas e sonhos a realizar – e um dia, por que não?, pode transformar estas mesmas 16 páginas em uma viagem em um tapete mágico, talvez um tanto (ok, um “muito”) desafinada, mas no esforço de abrir as janelas deste mundo para a próxima geração.
Arrivederci!!!
Beta
Olá, Beta!
Aladdin é um dos livros que dei de presente para os meus pequenos. Eles não são meus filhos (são primos), mas é como se fossem.rs E não há nada que eu goste mais de lhes dar de presente do que livros.
Amo esta história! Sou fã desses contos maravilhosos, sendo o meu preferido acima de todos Cinderela. Sempre vejo os filmes que lançam inspirados nesse conto. É o meu querido. Mas também sou louca por outros como Aladdin, Branca de Neve, Mulan, Patinho Feio, Frozen (sim, esse também!), A Pequena Sereia, A Bela e a Fera (meu segundo preferido), Valente, Rapunzel… e tantos outros! Como amo essas historinhas! Suspiros…
Porém… Confesso para você que a história da Bela Adormecida é aquela da qual não consigo gostar. Não suporto a Aurora. Nem sei dizer por que não gosto dela.rsrs O Ricardo, meu priminho de 10 anos, disse que tenho problema, pois ele também não entende como posso não gostar da Aurora.rs
Meus pequenos estão aqui comigo lendo seu post. E estão mandando beijos!
Você fez uma postagem divertida que acordou meu saudosismo para com conto de fadas, embora sua postagem não tenha sido sobre um conto de fadas exatamente. Mas eu fiquei grata pela história de seu contato com esse filme, com todas suas impressões a respeito. Uma delícia mesmo ! Minhas princesas preferidas são Aurora e Belle, mas eu tenho minhas implicâncias com partes de todos esses filmes animados (eu consegui implicar com Gênio durante algum tempo até render-me !). Aliás meu personagem favorito desse filme foi aquela gracinha de tigre, que poderia não ser animaizinhos solícitos ou passarinhos backvocals (criaturinhas que eu amo !) mas era um gatinho gracioso e valente muito encantador ! Muito obrigada pela postagem com seus vídeos muito bem colocados ! Foi uma postagem de leitura deliciosa mesmo, mesmo, mesmo !!!