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Cap. 257 – Doce Desejo – Diana Palmer

É um fato comum: Dona Diana está com problemas para escrever a sua saga favorita. Os defeitos que a gente via em trechos de alguns livros se tornaram constantes. Confesso que faço parte do grupo que ainda está em dúvida se ela enlouqueceu, surtou, caducou ou simplesmente perdeu a mão. De qualquer forma, é uma pena porque o universo dos Mercenários/Homens do Texas (ou “Tudo acaba em Jacobsville”) oferece tantos personagens legais e promessa de boas histórias que é irritante vê-los desperdiçados.

Estas reclamações servem para reforçar como este livro é uma exceção e remete aos melhores momentos de dona Diana. Por isso, conseguiu sobreviver ao padrão de exigência dos leitores e leitores desta saga (o que eu ouvi de elogio e pedido por este livro… só demorei para achar e ler, mas finalmente, chegou ao LdM).

Doce Desejo – Diana Palmer – Rainhas do Romance 23
(Carrera’s bride – 2004 – Silhouette Special Edition)
personagens: Delia Mason e Marcus Carrera

Delia estava curtindo as férias nas Bahamas com a irmã e o cunhado, uma oportunidade única para quem sempre levou uma vida reclusa, vigiada, restrita e segura em Jacosville, além de ajudar a superar a recente morte da mãe. Só não contava em ser agarrada pelo acompanhante do jantar e ser salva por um homem tão enigmático quanto atraente. E contra qualquer expectativa, não é que eles tinham muito em comum, apesar da diferença de idade e origem. Marcus sabia que não era hora de começar algo que ele não poderia terminar e precisava cumprir sua missão antes de ser livre para seguir em frente com a sua vida. No entanto, a determinação de resistir à inocente tentação que era Delia enfraquecia a cada instante que eles compartilhavam – e isso poderia colocá-la em risco mortal.

Comentários:

– A gata borralheira entrou no baile do castelo do príncipe e se meteu numa confusão que a mudaria para sempre. É um bom resumo para este livro. Delia sofreu a vida inteira com as críticas e comentários depreciativos da mãe, para quem, a irmã mais velha era o modelo. A viagem era um recomeço, onde ela poderia viver tudo que tinha lhe sido negado até então. Já Marcus quer justiça para o assassinato do irmão e trabalhou para consegui-la pelos meios corretos, mesmo que fosse necessário ser a isca de uma armadilha.

– Você não imagina um ex-mafioso que faça colchas premiadas em concursos. É a pista de um antiherói diferente. Um homem que teve que endurecer ainda menino pelo bem dele e da família, que esteve do lado errado da vida até se regenerar. E que mesmo durante a busca por vingança/justiça (depende do lado que você avalia), ele tem algo sensível nele – e não é qualquer um que seja capaz de fazer colchas, ainda mais as da tradição americana (quem viu o filme Colcha de Retalhos sabe bem do que estou falando). Bem que eu queria comprar uma colcha pra mim, mas daquelas de retalhos (a que a minha avó fez quando eu era pequena não sobreviveu…) E não conte comigo se você quiser alguma. Até tentaram me ensinar a bordar, mas não é minha praia. Falta paciência e, acima de tudo, talento.

– E como o que é proibido é o que atrai, óbvio que Marcus e Delia se aproximam cada vez mais, mesmo sabendo que era uma baita imprudência por inúmeros motivos (ele envolvido na missão de vingança/justiça; ela, uma inocente que nada havia vivenciado do mundo), que ambos tinham muito a perder, mas você percebe que eles foram feitos um para o outro (ele precisa da inocência dela e ela precisa da fortaleza dele para encontrar a própria força) e que eles cederão logo à tentação.

– E quando você acha que tudo vai ser lindo e cor de rosa, apesar do perigo rondando, a ficha cai: é Diana Palmer, gente! Ninguém é tão feliz no início do livro sem pagar algum pato bravo logo, logo. Não dá outra: Delia se arrisca, salva a vida dele, mas sofre uma dupla perda: ele não se lembra dela, por isso, acaba maltratando-a com sua sinceridade (poderia ter apenas pensado sem falar, né?) e não está perto quando ela precisa de consolo. A concorrência da socialite cruel também é estressante (o que reforça o complexo de patinho feio sem dramalhão mexicano de Delia – a resposta atravessada que ela dá à Roxanne no banheiro prova isso). E quando as coisas começam a dar errado, a tendência é piorar: um segredo do passado vem à tona e Délia fica sem chão e sem rumo. Diante de tantas decepções, só resta a ela retornar a Jacobsville para se reconstruir e recomeçar.

– E mesmo com a memória afetada, Marcus resolve sua missão (o que só comprova que ele é realmente o cara!), com umas dicas do simpático e pau-pra-toda-obra Smith, as lembranças voltam aos poucos e ele entende o que aconteceu com ele e, principalmente, com Delia! Arrependido (porque sabe que a sua sinceridade acabou sendo bastante cruel com ela), percebe que deve trabalhar para reconquistá-la, porque a ama de verdade. E elabora um plano que só pode dar certo: além da delicadeza com que ele demonstra estar realmente sofrendo por, mesmo sem querer, tê-la feito sofrer (a Diana podia ter evitado aquela lenga-lenga que ele fala que “mesmo sem memória, a crueldade dele foi uma forma de protegê-la do perigo que o cercava” Se tivesse ficado quieto, teria feito muito melhor que falar essa bobagem.) e ainda conta com a experiência, presteza, gentileza e apoio dos habitantes locais, que sabem organizar casórios alheios com alto nível de qualidade XD

– Um antiherói que erra, mas se arrepende e demonstra isso. Uma heroína patinho feio que não tem vocação para o martírio e o “vou chorar ali no canto e aceitar que tenho que sofrer, sofrer, sofrer, porque logo logo ele vai entender que me ama, não vai me dizer, eu vou perdoar e aí tudo será booooooom” e sabe lutar pelo que quer e expressar suas opiniões e seus sentimentos sem parecer uma parva irritante. Aí fica a pergunta que não quer calar: se dona Diana é capaz de escrever histórias como essa, que remetem aos bons tempos, POR QUE nos impinge os “avassaladores” da vida, Dio Santo!

Acho que era isso, tentei fazer a resenha sem contar muito da história (o que é um convite para que vocês leiam o livro!!!). E se faltava algum incentivo, deixei esse para o final – siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim, tem participação dele, o espetacular (nos livros alheios) Cash Grier, o delegado favorito da maioria das futuras habitantes de Jacobsville!
E como sempre, nada muda na nossa cidade texana favorita: as pessoas continuam vigiando as vidas alheias, organizando casamentos em tempo recordes…
Quer saber, corre lá, leia e depois volte aqui pra dizer o que achou!!!

Bacci!!!

7 Comentários

  1. Anônimo

    Oi, Beta. Tudo bom?
    Eu desisti de tentar entender o que acontece com a dona Palmeirão… eu reparo que ultimamente nos livros dela há um acontecimento constante: quando a DP escreve as estórias dos protagonistas dos quais a gente tanto gosta, ela perde completamente a mão, e o livro é uma droga. O exemplo maior disso é a estória do Rodrigo Ramirez ("Fearless"), que para mim já entrou para os anais como um dos piores mocinhos da DP. Claro que há exceções, como a estória do Colby Lane, que é muito bonita ("Outsider"). Mas lendo as últimas estórias lançadas pela Diana Palmer, dá para contar nos dedos as que se salvam. E "Doce Desejo" é uma delas.

    Adoro o seu blog!!
    Bjs
    Cristina

  2. Lidy

    Beta! Adorei, adorei, adorei!

    Faço parte da turma do "o que está acontecendo com você, Diana Palmer?". Fico com medo quando ela anuncia que vai escrever os livros de personagens – como Smith, Bojo, Harley Fowler -, pois ela dá um jeito de destruir os rapazes e deixar as leitoras com cara de babacas. Que diga o "Fearless" – juro que nunca passei tanta raiva com um mocinho da Diana. Acho que depois de ler esse, você vai fazer uma peregrinação rumo a Jacobsville para pedir Matt Caldwell em casamento com uma promessa de 'cama, mesa e banho' eternos.

    Tá, pode ter sido exagero.
    Ou não.

    Ainda bem que Diana Palmer escreveu "Outsider" (confesso que achei Colby um idiota, mas as atitudes imbecis dele aconteceram anos antes de o livro tomar lugar) e "Doce Desejo".

    "E se faltava algum incentivo, deixei esse para o final – siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim, tem participação dele, o espetacular (nos livros alheios) Cash Grier"
    EU SABIA! lol

  3. Fabi Lameirinha

    Há, acho que vou gostar desse Doce Desejo…
    Como eu sempre digo, livro da Diana Palmer é um a cada 6 meses e olhe lá! Lendo muitos na sequência é capaz da gente acabar jogando tudo pela janela.

    Bjs.

  4. Babs

    Não lí muitos livros da Diana Palmer, procuro sempre aquela mesma história do mocinho turrão mais velho que foge (enquanto pode) da mocinha boazinha pq a viu desde criança.(ADORO! quanto mais teimoso melhor…rs…)
    Agora, depois destes comentários vou correndo me apresentar pro delegado e pra esse mocinho aí.
    bjão

  5. Barbara Santiago

    Opa, esse eu li! hahaha
    Eu ando topando com tanto ogro-extremo da DP que quando eu topei com esse eu quase caí da cadeira. Um DP não totalmente ogro? Oia a neve em Belém, genteee!!
    hauhuaahuha
    Milagres dos milagres! E aquele final? Lindooo! Acho que esse aí começa a redimir (bem no início mesmo, mesmo) o que ela fez em Amélia!

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