Menu fechado

Cap. 589 – Pobre Menina Rica – Melanie Milburne

Ciao!!!

É uma história estranha: você não pode dizer que é um livro sobre mágoa, sobre vingança, sobre reencontro, sobre recomeço, sobre acerto de contas, sobre amor, embora tenha em variadas medidas todos estes elementos.

– Duas coisas aconteceram durante a leitura: uma foi que o a palavra inglesa bittersweet (posso traduzir como agridoce?) grudou na minha cabeça por boa parte da história.

E a segunda, foi que eu terminei de ler o livro e fui ouvir música. E a terceira que tocou do CD que havia escolhido me fez encarar o rádio com cara de mensageiro divino – não poderia haver tema melhor para o livro.

Tanto que as frases em itálico/negrito espalhadas ao longo dos comentários são trechos dele.

Pobre Menina Rica – Melanie Milburne – Paixão 276
(His poor little rich girl – 2011 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Rachel McCulloch e Alessandro Vallini

Rachel estava desesperada. Como se não bastasse ter sido envolvida em um escândalo por causa do ex-noivo, agora lutava com todas as forças para que a empresa dela e da amiga não falisse. Diante da falta de interesse dos bancos, ela foi atrás do responsável pela situação, o homem que desprezara no passado. Alessandro queria sossego, por isso, estava isolado em Positano. Não contava que o passado literalmente batesse à sua porta. E o pior: conseguisse entrar. Agora, diante da situação, como bom negociante que era, decidiu tirar proveito, com regras claras e prazo de validade.

Comentários:

“When I look into your eyes,
I can see a love restrained.
But darlin’ when I hold you,
don’t you know I feel the same?”

– O livro começa com Rachel, desesperada após mais um não de possível investidor, decidindo ir atrás de Alessandro. Ela se mostra tão determinada que consegue fazê-lo recebê-la, mesmo contrariado.

– Os dois conversam – e ficam evidentes toda a bagagem e amargura que ainda há entre eles – e o capítulo termina com um ultimato um tanto inesperado neste tipo de livro (não, não é deboche). Mas as circunstâncias/destino/forças superiores interferem e os planos (especialmente dele, que não queria vê-la por perto) são mudados.

– E a partir daí, esqueça qualquer ideia preconcebida. Estou pra ler livro mais inesperado que este – não é porque a autora escreveu algo diferente, mas porque soube dar um contexto tão específico que evita o deja vu.

“’Cause nothin’ lasts forever.
And we both know hearts can change
And it’s hard to hold a candle
In the cold November rain.”

– Em algum momento da história, vai ser revelado o passado deles: ela era uma herdeira rica da Austrália que namorou (talvez não seja o termo, ao ler o livro você vai entender por que) o funcionário pobre de origem italiana.

– Mas, na hora em que precisou fazer uma escolha, ela o rejeitou e aceitou o pretendente indicado pelo pai. Indignado, Alessandro foi embora, fez fortuna e ficou milhardário. Enquanto isso, a herdeira rica afundou-se em escândalos, perdeu a carreira de modelo e viu a família ficar sem dinheiro e status.

– As consequências a perseguiram de tal forma que, anos depois, ela era incapaz de conseguir um empréstimo para salvar a grife que fundou em parceria com uma amiga, que havia bancado o empreendimento. Por esta amiga, Rachel está disposta a tudo, até ficar à mercê de um homem que tinha tudo para odiá-la, menosprezá-la e vingar-se dela.

“We’ve been through this such a long long time
Just tryin’ to kill the pain
But lovers always come and lovers always go
An no one’s really sure who’s lettin’ go today
Walking away”

– Como disse no início não posso dizer que o livro seja sobre vingança e muito menos que não seja sobre um reencontro que resulta numa DR que liberta a ambos. E grande parte disso, deve-se à forma como a autora criou o protagonista, Alessandro.

– Já vi – e, provavelmente, vocês também – muitas protagonistas nesta mesma situação em outros livros passar pela longa jornada do sofrimento-punição-redenção. Só que, aqui, Rachel não é de todo santinha, vítima impotente do destino – ele é resultado da má escolha que ela fez em um determinado contexto.

– E Alessandro não quer ser vingador (embora muitas vezes, as desconfianças de Rachel levam quem lê a leitora acreditar no contrário) porque ele tem outra prioridade no momento, que não incluía um momento psicodrama-exorcismo de um trauma passado (embora, nas entrelinhas, quem lê percebe o quanto a rejeição dela o marcou e influencia até o momento do reencontro).

– Mas também não significa que ele será uma criatura abnegada que perdoa fácil – oie, é um italiano! Em alguns momentos, esta mágoa vai falar mais alto e ele dirá coisas duras para ela.

“Sometimes I need some time…on my own
Sometimes I need some time…all alone
Everybody needs some time… on their own
Don’t you know you need some time…all alone”

– Enfim, quando li o resumo, achei que ia ler um livro. Depois do primeiro capítulo, vi que não era bem o que eu estava achando. E no fim, fiquei me perguntando que livro era esse.

– Talvez a melhor resposta seria dizer que Melanie Milburne encontrou uma maneira diferente de contar uma história que tinha tudo para se tornar a mesma história de sempre.

– Não sei se este post ajudou você a entender o livro, omiti algumas coisas importantes que precisam ser lidas lá para ter o devido impacto na hora certa. Resumindo: leia, tire suas conclusões e volte aqui para me dizer o que achou.

“And when your fears subside
And shadows still remain
I know that you can love me
When there’s no one left to blame
So never mind the darkness
We still can find a way
‘Cause nothin’ lasts forever
Even cold November rain”

– Linkitos: tem comentários/informações em Inglês no Goodreads; no Marilyn’s Romance Reviews; no CataRomance; no Fiction DB, no Mills & Boon (Austrália); no I Heart Presents; no Fantastic Fiction e, claro no site oficial da autora que tem uma página para os livros.

Bacci!!!

Beta

ps.: Caso alguém não tenha reconhecido, as frases são da música November Rain, uma das minhas favoritas – se não for A favorita – dos Guns n’ Roses. Pra quem quiser matar a curiosidade, eis a letra completa com a tradução e outras informações sobre a música. E claro, o clipe que foi um baita sucesso (inclusive passou no Fantástico na época do lançamento!)

8 Comentários

  1. Andrea Jaguaribe

    Gostei muito desse livro. Não tinha santo ali naquela história e não teve aquele clima de ajno vingador clamando por justiça.

    Acho que eles não discutiram a relação, fizeram uma releitura dela sob uma ótica mais madura. Vale a leitura.

    Aliás, recado para a Harlequin: publiquem uns textos desse tipo, mais interessantes. Nos últimos dois meses só teve bomba!

    Adorei o link com a música. Amo Guns and Roses, mas minha música preferida é Sweet Child O'Mine, porque aquela guitarra do Slash é tudo!!!! kkkkk

    Beijos!

  2. Ili

    Eu não tinha ligado muito para essa história, achei que seria mocinho querendo vingança. Após ler o seu post (que estava maravilhoso) agora estou curiosa para ler, vou amanhã procurar na banca.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *