Menu fechado

Cap. 659 – No limiar do desejo – Eve Berlin

Ciao!!!


Bem todos sabem que eu não
entrei na onda dos livros de conteúdo adulto/erótico/ etc etc etc. O único que
li até agora – sim, o mais famoso e que criou esta onda – me desanimou de ler
qualquer coisa em seguida.
No entanto, eis que o
destino tem seus caprichos: o Literatura de Mulherzinha foi escolhido como blog
parceiro do selo Quinta Essência e o primeiro livro que recebo nesta parceria é
justamente um nesta linha. Detalhe: parte de uma série que eu ainda não li.
Resultado – subi no trem andando. E não me decepcionei.
No
limiar do desejo – Eve Berlin
– Editora Quinta Essência
(Desire’s edge – 2011 – Berkley)
Personagens: Kara Crawford e Dante di Matteo
Kara é uma advogada que tem
um segredo – adoraria apanhar durante o sexo. No entanto, ela sabe o quanto é
difícil de confessar, já que o último relacionamento acabou quando ela pediu
isso. Arrastada pela amiga para uma festa sob a desculpa de “melhorar o humor”,
ela reencontra um homem, com quem estudou na adolescência capaz de realizar até
fantasias que ela nem sabia ter. Desde o ensino médio, Dante era interessado em
Kara e reencontrá-la agora se revelou uma surpresa muito mais agradável do que
ele poderia prever, afinal, ela estava curiosa e interessada em um estilo de
relacionamento que ele poderia oferecer com muito prazer para ela.
Comentários:
– O que eu gostei neste
livro: sem lenga-lenga e perda de tempo. Vai direto ao ponto. Dois adultos, de
posse plena de suas faculdades mentais, se reencontram, sentem desejo um pelo
outro e decidem aproveitar. Eles descobrem uma incrível compatibilidade não
apenas sexual, mas de fantasias mais íntimas: ela tem desejo de ser dominada.
E, olha só, ele é um dominador. Claro que Kara não tem a noção concreta, com
nomes e funções deste desejo, mas sabe o que quer. E ao reencontrar Dante,
descobre que ele é o caminho para ela explorar este outro lado.
– Para quem, como eu, não
tem a menor noção sobre este tipo de prática (tem horas que o livro também
rotula como “jogo”), a autora teve o cuidado de pesquisar o assunto. Não sei se
o que ela fala está 100%, mas pelo menos me pareceu confiável e crível.
Consegui entender a dinâmica da troca de poderes e ver que, entre eles, não há
uma visão negativa da submissão (gostei da explicação de que o poder do
submisso está em ceder o controle ao dominador. A confiança é o poder. E o
dominador depende disso ou não tem a quem controlar).
– E o que me intrigou em boa
parte do livro é como Dante conseguia manter o “eu dominador” separado do “eu
fora do ambiente BDSM” sem surtar (já experimentou ficar ligando e desligando
diferentes aspectos da sua personalidade. Dá trabalho. Exige uma capacidade de
controle emocional difícil de manter o tempo todo).  Já Kara, por ser novata, não está neste nível
– basta uma palavra dele e a advogada séria e compenetrada se descompassa
todinha (embarca a jato pro subspace em vários momentos). Fiquei contando os momentos
para que as respectivas bolhas estourariam – porque não era possível tamanho
autocontrole dele resistir à necessidade cada vez maior por ela e o descontrole
dela não a assustar. E como sempre, depois da tempestade, virá a bonança… Ou
a ambulância. Ou passado o caos, vem a paz. Oremos.
– Houve momento em que senti
falta de cenas mais cotidianas entre os personagens – o livro tem uma sucessão
que poderia se chamar “embarque na nossa história e sua mente terá várias
fantasias realizadas”: na cama, no chão, na parede, no local de trabalho e as
cenas do chuveiro (as melhores, na minha opinião – tanto que são a capa
original do livro). É o sonho de toda mulher: um amante que, mesmo gostando de
uma “sacanagem bruta” (como ele define), se preocupa com o prazer dela.  Ele não é egoísta, pode ser bruto, gostar de
bater (mas não exagera com ela – não temos chicotadas aqui), mas quer
que ela desfrute tanto quanto ele.
– Enfim, pra quem se
traumatizou com esta temática na primeira vez, posso dizer que a segunda vez
foi melhor. Não é perfeito, o que me deixa à procura de um livro com conteúdo
adulto que me empolgue. Talvez, como Dante, eu tenha controle demais em relação
a este tipo de história.
De acordo com a Tonks, do
Romances in Pink, este é o
segundo livro da
trilogia Edge. Eles são:
1. Pleasure’s Edge (2010) – Luxúria – Dylan Ivory e Alec Walker.
2. Desire’s Edge (2011) – No Limiar do Desejo
– Kara Crawford e Dante De Matteo.
3. Temptation’s Edge (2012) – não publicado no Brasil – Mischa Kennon e Connor
Galloway.

(podem ser lidos separadamente. Tanto que não li Lúxuria, mas não tive problemas para entender No Limiar do Desejo).

Bacci!!!

Beta

10 Comentários

  1. Lilian

    Salut, Beta! 😛

    então, abandonei o primeiro livro porque achei que não era a minha e os protagonistas me irritaram muito. acho que BDSM não é a minha praia. não senti vontade de ler o segundo, mas pelo que percebi, dá pra ler um independente do outro. o único lado positivo que vi nessa série (já que BDSM não faz minha cabeça) é que os praticantes são pessoas comuns, e não herois torturados pelo seu passado. ah, eu também procuro um erótico com um pouco mais de conteúdo, com uma história mais interessante que não seja mera desculpa pra cenas de sexo… não que eu critique histórias assim, é só que eu tenho vontade de ver as duas coisas juntas: história boa+sexo picante. rs

    A bientôt!

  2. Esther

    Olá Beta! Meu nome é Esther e sou uma leitora silenciosa. Vendo o que você postou sobre gostar de ter muito controle pensei em uma hipótese. Talvez você preferisse uma história que fosse entre uma dome e um sub. O problema é que é impossível descobrir se essa teoria procede pois não há histórias românticas assim. As autoras parecem acreditar que todas as mulheres do mundo querem ser dominadas (nada contra as que querem) e se esquecem que existe sim uma parcela de leitoras de livros românticos (eu inclusa) que tem como objeto de suas fantasias a submissão de homens tudo-de-bom-gostoso-e-very-hot.

  3. Andrea Jaguaribe

    Oi, Beta!

    Tinha achado Luxúria chato de doer, cheguei a pular umas páginas, principalmente pelo fato de achar o casal "sem liga"…

    Como assim sem liga, vocês devem estar se perguntando? Afinal, se pegavam direto no livro. Pois é, foi exatamente isso: eles simplesmente se pegavam e as razões para estarem juntos eram muito fúteis e sem sentido, não senti relacionamento ali. Era como se fosse uma aula de BDSM.

    Acho que foi a Tonks que disse que Luxúria era um livro didático, com uma preocupaçao em explicar o BDSM. E foi exatamente isso que fez com que não gostasse e não tivesse vontade de ler o livro seguinte. O casal não atinha consistência.

    Mas aí, algumas pessoas que tem um gosto literário parecido com o meu começaram a elogiar e eu resolvi dar uma chance e lhes digo: MUITO MELHOR!!!!

    Acho que foi pelo fato de sentir uma conexão entre os dois, que ia além do puro desejo: eles já se conheciam antes, se admiravam de alguma forma e o reencontro acabou sendo uma realização dos desejos passados com a maturidade do presente.

    Gostei mais das cenas quentes deste livro que do primeiro, pois me pareceram ter mais emoção dos dois envolvida.

    Por fim, quero parabenizar a Beta pela resenha excelente, como sempre e à Quinta Essência por ter a capacidade de reconhecer uma pessoa competente e investir nela. Bela escolha, editora!!!!!

    Um abraço a todos,

  4. Sil de Polaris

    Eu devo confessar que um pouquíssimo que conheço sobre BDSM foi assustador e enojante, mas fiquei tentada pelo romance graças à sua postagem. (ai, ai, ai …)

  5. Beta

    Lílian

    Não tenho costume de ler este tipo de história, mas No Limiar do Desejo me pareceu mais interessante que o famosão que puxou a onda. Claro que como virou moda e todo mundo quer aproveitar. Aí tem que torcer pra achar alguma coisa mais elaborada. Estou à caça. Se encontrar, aviso 😀

    Bacci!!!

    Beta

  6. Beta

    Esther

    Não pensei mais profundamente sobre isso, mas se encontrar uma história do gênero não me importaria em ler. Mas meu critério pra qualquer tipo de livro é ser bem escrito. Acho que é aí que muitas histórias e muitos escritores e escritoras estão pecando. Mas como disse pra Lilian, continuo na caça!!!

    Bacci!!!

    Beta

  7. Beta

    Andrea

    Eu não li Luxúria, então comecei pelo "meio" e não senti tanto problema. Tanto que meu parâmetro, querendo ou não, foi o famosão. Como te disse, gostei mais deste, embora ainda sinta falta de "algo mais" entre desejo e cenas picantes. Ainda vou achar!

    Bacci!!!

    Beta

    ps: valeu pelos elogios 😀

  8. Beta

    Sil

    Creio que a maior parte das pessoas não têm realmente ideia do que envolve a prática BDSM. Por conta desta "modinha literária", um monte de gente resolveu abordar este universo. Aliás, esta foi uma das minhas reclamações com o livro famosão: tratar o praticante como um doido desequilibrado (isso porque eu só li o primeiro). Aqui a gente entende outros aspectos que envolvem esta prática. Mas ainda estou com a sensação de que é algo extremamente complexo que está sendo apresentado de uma forma muito resumida…
    Mas este livro é interessante. Vale a leitura.

    Bacci!!!

    Beta

  9. Sil de Polaris

    Aceitar práticas BDSM mais inocentes é fácil. Mas tem muitas práticas que eu vi ao pesquisar tal assunto que assustam a mulher e preocupam a psicóloga.

    Foi esta compreensão sobre esta prática que você leu neste livro que interessou-me pelo romance. Sim: é um assunto complexo, a começar pela designação – BDSM.

    Um beijo !

  10. Faby Dallas

    Oi Beta,

    Eu gostei de 50 Tons (srsrsrs).
    Esse segmento novo é algo que esta sendo pra lá de explorado, eu li algumas coisas sobre Luxúria, mas ainda não o li, lega saber que podem ser lidos separadamente, pois no Limiar ia ter de esperar pra ser lido, se não fosse esse o caso, legal vc ter gostado, vi pelos seus comentários que é o tipo de livro que também me agrada.

    Faby – Adoro Romances de Aracaju

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *