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A colcha de Despedida – Susan Wiggs – Cap. 708

Ciao!!!

 
Não foi à toa que a Harlequin Brasil lançou este livro pensando no dia das mães. É um livro pensado para quem viveu e está vivendo a experiência da maternidade. O que não é o meu caso, por enquanto.
 
A colcha de Despedida – Susan Wiggs – Harlequin
(The Goodbye Quilt – 2011)
Personagens: Linda e Molly Davis
 
Chegou a hora de Molly ir para a universidade e ela optou por aceitar uma bolsa conseguida em uma instituição de nome e longe de casa. Momento de mudança, que afeta a dinâmica da família Davis. Dan, o pai, encontrou uma forma própria e silenciosa de lidar com isso. A mãe, Linda, como despedida de uma fase da vida delas (sim, aqui é combo mãe + filha), viajou junto com Molly para o novo lar e, no caminho, trabalhava na finalização de um quilt para a filha usar no dormitório. Uma jornada repleta de lembranças e expectativas – das duas – sobre o futuro.
 
Comentários:
 
Como se diz adeus a um pedaço de seu coração? Não é preciso fazer isso. Sempre há um modo de manter perto de nós as coisas que nos são mais preciosas.” (p.284)
 
Ponto de virada. De ruptura. O futuro já começou. Talvez isso aconteça menos no Brasil (não aconteceu comigo, mas conheci amigos que vieram de longe cursar faculdade na cidade onde moro e estudei) e nem sei se acontece nos EUA com a frequência que os filmes mostram.

O fato é que há o incentivo para que os jovens saiam de casa ao “ir para a universidade” e aprendam a encarar o mundo longe da proteção e olhos dos pais. Este livro é uma “road trip” literal e figurativamente, já que se passa no antes e durante a viagem de Linda com Molly para a faculdade onde ela vai estudar. Uma jornada onde a mãe olha para a filha e descobre o quanto ela não mudou e mudou aos 18 anos (parece confuso, mas faz sentido).
 
Aliás, é um livro narrado em primeira pessoa – e não é à toa. A autora quer que a gente acompanhe, sinta e se identifique com os sentimentos da narradora. Por isso que eu destaquei que é um livro para mães.
 
Por mais que eu compreenda, não vivi ainda isso, então me senti perdendo alguma coisa. Frescura de leitora fominha, porque eu sou filha, então estou do lado do objeto do raciocínio constante de Linda: (existem exceções mas) mãe que é mãe está sempre achando que o filho é
aquela criaturinha que acabou de sair de dentro dela, mesmo que a criaturinha já esteja bem crescidinha. Está sempre correndo perigo, esquecendo o casaco, sem escovar dentes direito, sem comer de forma decente, com um relacionamento amoroso imprestável e precisando dela para tudo.
 
Vocês, filhas leitoras e filhos leitores, vão reconhecer a sua respectiva mãe em algum (alguns, muitos, bastante) momentos da narrativa. E eu acredito que todas as mães vão dar razão aos sentimentos de Linda, um misto de insegurança (minha menina cresceu…) com orgulho
(minha menina cresceu!) e com temperos de “e agora, o que eu faço?”. É uma situação que todas as mães enfrentam uma ou várias vezes ao longo da vida e que aqui é descrita com todas as palavras, reticências, dúvidas, implicâncias, expectativas, frustrações, risos, lágrimas, ausências e presenças…
 
E devo fazer um comentário pessoal, ao ver a história da confecção do quilt, pensei na minha avó materna, falecida quando eu era pequena, que fez uma colcha de retalhos que não resistiu ao tempo (e as aventuras nas quais eu a colocava como participante obrigatória).
 
Há anos estou procurando uma nova colcha de retalhos para mim, quase comprei uma que encontrei em Fortaleza (Suzana e Lili são provas de que, se não fosse a dúvida orçamentária, eu teria trazido). E sou filha de costureira – mas não sei costurar sem transformar agulha e tesoura em um perigo público.
 
Por causa disso, devo confessar que Susan Wiggs conseguiu acrescentar mais um capítulo à minha persona “louca do ponto de ônibus”. Porque quem passou por mim ontem pode ter conseguido flagrar algumas lágrimas. Porque como sempre, ela conseguiu me emocionar. E olha que sou uma escorpiana dura na queda.

Mérito de uma autora que sabe contar histórias simples, mas não simplórias, com personagens tão próximos e sobre momentos que poderiam acontecer com você. A propósito, parabéns atrasado, Susan Wiggs. Ela soprou as velinhas ontem (quando era minha intenção colocar este post no ar, mas não consegui terminar a tempo).
 
Ah, para quem não entende a tradição da colcha de retalhos nos Estados Unidos, recomendo o filme Colcha de Retalhos (1995),
com a Winona Ryder. Neste site, há comentários sobre ele. E na folha de rosto, há a menção à revisão técnica de Maria Fernanda Camardelli, presidente da Associação Brasileira de Patchwork Quilt.
 
 
Arrivederci!!!
 
Beta
 

ps.: O livro foi para a pilha de #madrehooligan. Já avisei que é a cara dela. E que ela vai amar. 

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Uma colcha de retalhos continua parecendo algo aconchegante e carinhoso para mim, que ficava fascinada por elas quando via alguma delas em vitrines …

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