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Cap. 774 – Livros da Coleção Vaga-Lume: Marcos Rey (parte 1)

Ciao!!!
Atire
a primeira pedra quem está na casa dos 30 anos (ou mais ou menos) e doou um
livro da Coleção Vaga-Lume para a biblioteca da escola. Minha mãe me deixou
escolher e eu, na primeira vez que entrei em uma livraria pra comprar material
escolar e descobri a sobreloja cheia de livros nas estantes, aceitei a dica do
vendedor e doei “A Ilha Perdida”.




Anos
depois, ao ter idade para fazer ficha na biblioteca, tinha um alvo em mente. Um
livro cujo título desafiava a lógica para minha cabeça aos 11 anos de idade:
como assim um cadáver ouve rádio? No entanto, alguém tinha levado o livro e eu
peguei outro que falava sobre um sequestro, do mesmo autor. Assim começou a
minha história com os livros do Marcos Rey, como viraria minha tônica mais
tarde, descobrindo histórias interligadas e lendo-as fora da ordem cronológica
(noooooooormal). E para homenagear este Dia das Crianças, recorro ao meu autor
favorito, responsável por muitos livros na Coleção Vaga-Lume. Neste post, vamos
tratar de dois dos que têm Leo, Gino e
ângela
como protagonistas (porque ficou enorme). Amanhã, teremos a segunda parte
envolvendo o trio de detetives. E em outra oportunidade, voltarei a outros
livros deles.

O Mistério do Cinco Estrelas
(1981)
È
o livro de estreia de Marcos Rey na Coleção, com as marcas do autor: uma trama
policial, que se passa em cenários de São Paulo. Leonardo Fantini, o Léo, tem
16 anos e trabalha como bellboy
(mensageiro) em um prestigiado hotel cinco estrelas da cidade. Ao entregar
jornais no 222, ele vê os pés de uma pessoa no chão e manchas de sangue no robe
do hóspede, um homem rico e filantropo conceituado na cidade. Ao denunciar o
susposto crime, Léo se encrenca bastante: é acusado de roubo e perde o emprego.
Agora só resta descobrir a verdade para conseguir provar a própria inocência.
Comentários:

Eu não sei como alguém ainda não pegou os livros do Marcos Rey e não fez um
roteiro para televisão, filme qualquer coisa audiovisual. Porque é um livro de
leitura rápida (li em pouco mais de 1h numa manhã de domingo), que você
consegue ver o que está sendo narrado (e minha imaginação é muito melhor que as
ilustrações do livro). Léo é curioso e esperto. Como todo herói, tem vocação
para a justiça. O fato de ter presenciado um potencial crime o fez agir – e
colocou ele e toda família (que mora no Bexiga, então, pense em descedentes de
italianos, em bairro onde os vizinhos se conhecem desde sempre) em confusão.

Léo é apaixonado por Ângela. Mas eles estão naquela fase de “quase-alguma coisa”,
ainda não é nada assumido e por isso ele passeia acidentalmente na rua dela,
várias vezes, só para vê-la. Ela mora no Morro dos Ingleses (*quando passei por
lá, exclamei: “A Ângela mora aqui!!!” achando que o grupo que estava comigo me
entenderia… Mas tive que explicar, porque o povo não se lembrava disso*), é
de família endinheirada, o que todo mundo tem certeza de que pode separar os
dois.

Na luta para provar a inocência, Léo encontra um aliado importantíssimo: o
primo Gino (aviso: meu personagem favorito na série). Apaixonado por
xadrez, ávido leitor de jornais, inteligente e estrategista, leva a vida de
forma bem humorada. Para ele, só há uma barreira: escadas. Quer ser arquiteto
para criar rampas e ajudar as pessoas que, como ele, dependem de uma cadeira de
rodas para se locomover. Gino é o cérebro, Léo a ação. Juntando o melhor de
ambos, o mistério do cinco estrelas será desfeito, mesmo com todos os riscos a
que eles vão se expor, com a Polícia Civil não acreditando neles e sendo
caçados pelos bandidos.


O Rapto do Garoto de Ouro
(1982)
Alfredo
Carlucci, o Garoto de Ouro, a celebridade da Bexiga, foi raptado pouco antes de
se apresentar na cantina do bairro que o viu crescer. O fato faz com que Léo,
Gino e ângela investiguem o caso.
Uma agenda verde, com nomes de vários moradores da vizinhança, é o ponto de
partida nesta corrida contra o tempo: sequestradores ameaçam matar o roqueiro
se não receberem o resgate.
Comentários:

Alfredo Carlucci era o roqueiro do momento, adolescente ídolo de outros
adolescentes. Para comemorar a ótima fase na vida e mostrando que não se
esqueceu de suas origentes, ele faria uma apresentação na cantina do Bexiga,
onde cantava quando não era famoso. Todo o bairro estava feliz em ver o filho
ilustre… Mas o show não aconteceu. Alguém aproveitou que ele estava sozinho
em casa e o sequestrou. Agora, Léo, Gino e Ângela mais uma vez trabalhariam em
conjunto para tentar solucionar o mistério de quem teria raptado o Garoto de
Ouro.

Uma agenda encontrada no local do sequestro é o ponto de partida. Com a ajuda
de Jaimão, eles se dividem para fazer entrevistas com vizinhos suspeitos de
conhecerem o sequestrador. Gino – que estava envolvido com uma competição de
xadrez – entre uma partida e outra, centralizava e analisava as informações
coletadas por eles. Afinal de contas, se era verdade que Alfredo foi levado por
alguém que conhecia, eles seriam muito mais rápidos que a polícia.

Uma trama elaborada, com vários personagens suspeitos, muitas pistas falsas e
corrida contra o tempo. Não sei como Marcos Rey consegue condensar tudo isso em
um livro para adolescente, mas funciona. E todas as informações são importantes
para a solução do mistério. Neste livro, Ângela é mais participativa – e consegue
ser mais observadora que o corajoso e impulsivo Leo (aliás, eles continuam “quase
namorados”, mas bem mais próximos). Gino, como sempre, é quem monta o
quebra-cabeças, mesmo estando afastado diretamente das investigações por causa
do torneio. Definitivamente, com auxiliares assim a Polícia Civil – na pessoa
do Dr. Arruda – tem o trabalho bem facilitado.
Amanhã,
não perca: post sobre Um cadáver ouve rádio e Um rosto no Computador,
os outros dois livros que têm Léo, Gino e ângela
escritos por Marcos Rey e alguns links bem interessantes.
Bacci!!!
Beta

2 Comentários

  1. Andrea Jaguaribe

    Oi, Beta!

    Que felicidade encontrar um post sobre a maravilhosa Coleção Vaga
    Lume, que devorei aos montes da minha adolescência (já entreguei a
    idade! kkkkk).

    Marcos Rey também era o meu favorito, chegava a dar pulinhos quando
    via que tinha lançamento dele. Imaginei muito as situações em que o
    trio de detetives estava envolvido e também acho que daria um bom
    filme. Aliás, tenho ele todo na minha cabeça, com elenco , locações e
    tudo o mais! :).

    Marcos Rey foi um escritor soberbo, tanto na literatura infanto
    juvenil quanto na adulta (Ópera de Sabão é um excelente exemplo), mas
    foi muito injustiçado, principalmente por causa da doença que teve –
    Hanseníase, o que fez com que por muitos anos ele se escondesse, já
    que naquela época os hansenianos eram banidos da sociedade
    (#ignorânciamodeon…).

    Enfim, adorei o seu post e a justíssima homenagem ao Marcos Rey e ao
    seu trio de detetives neste Dia da Criança! Parabéns!!!!!

    Aguardo ansiosa as próximas resenhas e, se quiser aproveitar essa fase
    Coleção Vaga Lume, dá uma esticadinha na Lúcia Machado de Almeida
    (Spharion, O Escaravelho do Diabo…). Leitora abusada essa, hein?!
    kkkkkkk

    Amei esse resgate!"

    Beijos!!!!

  2. Sil de Polaris

    Eu nunca li estes dois livros. Eu não era atraída por mistério e suspense quando era uma leitora mirim. Eu li outro livro de Marcos Rey, escrito neste tema, quando estava cursando colegial, com um enredo muito bem criado e tramado. Uma leitora ótima !

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