Ciao!
*** Feliz aniversário, Nora Roberts! ***
Para comemorar, cá estou eu ainda às voltas com a promessa de reler toda a série MacGregor e fazer um texto para cada livro no Literatura de Mulherzinha (afinal de contas alguns já constam no Cap. 20).
Reparou no alguns ali, né? Pois bem, esse não era um deles. E eu só me dei conta disso quando já estava lendo, porque, obviamente, cismei que já tinha lido. Treze anos e meio de Literatura de Mulherzinha (fora tudo que li antes de ter o blog, né?), tenho direito a ter uns tilts de vez em quando…
Orgulho e Paixão – Nora Roberts – Harlequin
(All the possibilities – 1985 – Silhouette)
Personagens: Shelby Campbell e Alan MacGregor
Shelby conheceu Alan em um dos jantares a que compareceu em deferência à mãe, já que ela não tinha a menor paciência com a vida política e social de Washington. A última coisa que ela queria era atrair a atenção do senador com carreira promissora, mas Alan tinha o sangue MacGregor correndo nas veias e não desistia fácil. E a garota Campbell não desistiria sem lutar, contra ele e contra si mesma, até ter certeza de qual seria a melhor decisão.
Comentários:
– Nora mais uma vez trabalha com o conflito dos opostos. O organizado, lógico, racional, metódico Alan – o primogênito (palavra que ele odeia e eu concordo) – com a exuberante, criativa, nada diplomática e com lógica e organização próprias (ou seja, faz sentido pra ela mesmo que os outros não compreendam) Shelby.
– Para quem leu os outros livros da série – especialmente o Hoje & Sempre – entende exatamente de onde veio Alan (a gente consegue perceber exatamente como a genética de Anna e de Daniel se misturou nele). E as características permitiram que ele se tornasse o politico bem-sucedido. Um senador com projetos sociais, comprometidos com causas de interesse e cotado para ser presidenciável. Seria melhor se ele fosse casado. Se não fosse pela carreira política, “para dar sossego à Anna, a pobre mãe que não para de se preocupar com o primogênito” (sim, Daniel MacGregor deu os pitacos. Demorou, mas a espera compensa, pode acreditar).
– Shelby conhecia muito bem toda essa rotina. E nunca se sentiu disposta a seguir o caminho da mãe, ainda mais depois que o pai foi morto a tiros na frente dela. Se isso causou o isolamento de Grant (protagonista de Encanto da Luz e que também aparece no modo normal dele – antissocial – neste livro), fez com que ela se dedicasse à arte de criar objetos – era oleira – e encarasse a vida como se todos os minutos valessem a pena, mas quisesse distância de se relacionar com políticos.
– E óbvio: lá estava ela sabendo que se sentia atraída por Alan e se debatendo com as convicções – e o trauma – pessoais. Ela sabia que Alan valeria a pena, mas não sabia se ela seria suficiente para ele, não saberia ser a “esposa de politico” perfeita e muito menos se gostaria de desempenhar esse papel.
– Você acha que é o que quero para mim?
-Não.
Shelby reclinou-se para trás, segurando a xícara com ambas as mãos. Não, ela sabia desde o início que não servia para Alan, para sua imagem, assim como ele não era o homem adequado para ela. Embora tenha sentido que havia uma química especial entre os dois, na noite que se conheceram no terraço da casa dos Write. Tinham se visto demais em um curto espaço de tempo. Desde então, algo martelava em sua mente. Ele pode ser o homem da sua vida. Fantasias tolas para uma mulher que jamais considerara a possibilidade de encontrar o homem da sua vida, mas não conseguia se livrar delas.
– Fiquei um pouco incomodada com a pressão que Alan faz sobre Shelby, decidido a conquistá-la. Demorou para ele ter empatia e tentar entender por que ela não conseguia aceitar se relacionar com ele – e precisou de um conselho bem-intencionado de outra personagem para isso acontecer. Mesmo sabendo que é o lado do Daniel falando mais alto (basta lembrar como nosso casamenteiro favorito penou para convencer Anna a se casar com ele), achei que ele foi inconveniente e só serviu para aumentar o sofrimento da protagonista.
– Não consigo condenar as dúvidas de Shelby porque o trauma que ela passou não se cura num passe de mágica. Foram anos alimentando uma imagem ruim das consequências da vida de uma família voltada para a política. Isso não se resolve em um passe de mágica. Ela tinha que decidir sozinha que precisava começar a lidar com isso de outra forma, que não a impedisse de amar um homem que estava totalmente apaixonado por Shelby, do jeito que ela era.
– No geral, é um livro gostoso, que nos remete às outras histórias e faz sentido ligado a este contexto mais amplo. E a prova de que Nora sabe nos cativar com os personagens que escreve.
Série Os MacGregors (The MacGregors)
- 1. Jogo da Sedução – Playing the Odds (1985) – Serena MacGregor e Justin Blade
- 2. Destino Tentador – Tempting Fate (1985) – Caine MacGregor e Diana Blade
- 3. Orgulho e Paixão – All the Possibilities (1985) – Alan MacGregor e Shelby Campbell
- 4. Encanto da Luz – One Man’s Art (1985) – Genevieve Grandeau e Grant Campbell,
- 5. Hoje e sempre – For Now, Forever (1987) – Anna Whitfield e Daniel MacGregor
- 6. Rebelde – Rebellion (1988) – Serena MacGregor e Brigham Langston
- 7. Um mundo novo – In From the Cold (1990) – Alanna Flynn e Ian MacGregor
- 8. Instinto do amor – The MacGregor Brides (1997) – Julia, Gwen e Laura
- 9. Beijos que conquistam – The Winning Hand (1998) – Darcy Wallace e Robert MacGregor Blade
- 10. Amor nunca é demais – The MacGregor Grooms (1998) – D.C., Duncan e Ian 11. Um vizinho perfeito – The Perfect Neighbor (1999) – Cybil Campbell e Preston McQuinn
Links: Goodreads autora, livro e série; Nora Roberts Brasil; site da autora; Skoob; outros livros dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta