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Amoras – Emicida – Cap. 1520

Ciao!

Disponível na Amazon
Que livro mais doce, acalantador, delicado e forte.
Eu me lembrei de quando era criança e vou explicar o por quê.
Amoras – Emicida com ilustrações de Aldo Fabrini – Companhia das Letrinhas
(2017)
“Amoras” é inspirado na canção de mesmo nome do “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…”, mas podem ficar tranquilos que a abordagem é diferente. E tão cativante quanto.
Basicamente fala sobre reconhecimento. Representatividade. A validação da própria existência.
E de uma forma tão singela que você embarca na profundidade da mensagem sem se dar conta.

Essa garota das fotos sou eu. Queria que ela tivesse tido um “Amoras” para ler e entender desde pequena que não tinha problema em não ser igual a todo mundo.
 
Porque – devido a vários outros motivos que não cabem aqui –  ela sentia que precisava de um lugar para pertencer. Mas as pessoas diziam que ela não era bonita. Que tinha o cabelo bagunçado demais. Que era mais alta que os outros. Que era mais desajeitada e meio moleque (porque adorava jogar futebol – no caso, correr atrás da bola).
 
E quando os dentes definitivos resolveram nascer bem tortos, ela passou a ter vergonha de si mesma. Não gostava de sair em fotos sorrindo. Para completar, o mundo dizia que ela não era bonita. Não era loira, não tinha cabelo liso e estava longe de ser delicada.
 
Como é que um ser humano assim se sentiria bom para alguém?
Embora a verdadeira pergunta é: como um ser humano assim se sentiria bom o suficiente para si mesma?
Ao mesmo tempo, encontrou um universo paralelo nos livros. Lá ela assumia suas diversas personalidades: era corajosa, era arrojada, era bonita. Tudo aquilo que se acostumou a não ser na vida real – incluindo os elogios em que não acreditava – era nas páginas dos livros. 
 
Aí finalmente encontrou uma princesa que a representava: Jasmine. Sim, a menina brasileira de sangue misturado se identificou com a princesa de um conto árabeEla me mostrou que eu poderia ser tudo – menos ter um tigre de estimação, obviamente. Jasmine foi uma das “Amoras” que encontrei em minha vida.
E aqui voltamos à história narrada por Emicida e com as lindas ilustrações de Aldo Fabrini. A gente tem que mostrar para as crianças exemplos positivos onde elas se reconheçam, compreendam e desenvolvam amor-próprio, pensamento crítico e aprendam a encontrar a beleza na simplicidade dos pequenos grandes momentos da vida.
* O livro me fez lembrar do motivo que deixou este menininho feliz com o boneco que viu na loja *
E parabéns ao Emicida por perceber a incrível poesia do aprendizado que teve com Estela e compartilhar isso conosco. Vou recomendar para todas as crianças-pais que conheço para curtirem a doçura de “Amoras” com suas crianças-filhos-e-filhas!
Arrivederci!!!
Beta

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