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Joia do Deserto – Abby Green (Conquistas do Deserto) – Cap. 1565

Ciao! 

Como eu vivo escrevendo por aqui, não morro de amores por sheiks. Até que algumas autoras conseguem criar personagens que, por alguma razão, atraem a minha atenção.
Foi quase o caso aqui.
A protagonista me atraiu mais ainda – e fez por merecer todo o foco nela.

Joia do Deserto – Abby Green – Jessica 2 Histórias 291 (Conquistas do Deserto)
(A Diamond for the Sheikh’s Mistress – 2017 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Kat Winters e Sheik Zafir Ibn Hafiz Al-Noury
Para chamar a atenção para o país, o sheik Zafir iria promover uma turnê diplomática apresentando o raro e mítico “Coração de Jandor”, um diamante vermelho visto pouquíssimas vezes.

E precisaria de uma modelo para desfilar o colar com a joia: Kat, a supermodelo, de quem se separara mais de um ano antes. Agora uma garçonete, morando em um apartamento pequeno e longe da vida de glamour, ela só queria seguir em frente e viver dos próprios esforços.

A oportunidade que ele ofereceu de poder retribuir o que fizeram por ela foi mais forte. E agora ela teria que assumir as consequências de estar perto do rei que não a considerava perfeita para ser rainha, mas a queria como amante.

“Você não me ama”.
Ele então gesticulara bruscamente. “Não se trata de amor, Kat. Nunca teve a ver com amor. Trata-se de respeito mútuo e desejo, e o fato de eu ter me enganado acreditando que você era a escolha perfeita para minha esposa e futura rainha.”

Perfeita…” Kat meio que murmurou para si mesma à ocasião, jamais odiando tanto assim uma palavra. Durante toda a vida, Kat sempre cobrara de si mesma que precisava ser perfeita. Para vencer a próxima competição. Para conseguir a vaga no comercial no lugar de outra garota bonita. Para ganhar dinheiro suficiente para salvar a mãe… Só que ela falhou, pesarosamente.
Então ela olhara para Zafir e pronunciara com uma voz vazia:
“Bem, não sou perfeita, Zafir. Longe disso.”  

Não tem jeito. Por melhor que tenha sido construído e desconstruído, o sheik Zafir passa longe da complexidade da personalidade de Kaycee Smith, que foi a supermodelo Kat Winters. E que desapareceu dos holofotes da mídia após um escândalo que custou o rompimento do relacionamento com o sheik, após palavras cruéis. E muito mais que isso.
Por isso, quando ele decide que apenas ela poderia ser a pessoa ideal para usar o colocar com o “Coração de Jandor” nos eventos promocionais diplomáticos e vê o pedido recusado, não desiste. Manda investigá-la, descobre que ela mora em um apartamento em um bairro sem luxos e oferece o dinheiro. E não consegue enxergá-la realmente como ela é.

Passei a maior parte da leitura torcendo por Kat – porque quem lê sabe o tempo inteiro o segredo que ela esconde por boa parte da trama do sheik. Ela está às voltas com a redescoberta de quem se tornou, de quem pode ser, de se reafirmar como ser humano e como mulher – não para um ex-amante com o ego ferido mas para ela mesma, após um período de
fragilidade e vulnerabilidade que ainda cobra alguns preços dela.
O que me irritou em Zafir foi isso: o quanto ele age cegamente. Ele sabia que trazer Kat Winters de volta seria um excelente golpe de marketing, mas queria mesmo era ter a ex-noiva como
amante.
E fica irritado por ser recusado várias vezes. E não se digna em perceber nada além do próprio umbigo real ferido e nem nota o quanto diferente Kat estava desde o fim do noivado – e sejamos sinceros, só depois que a verdade só faltou sambar e dar tchauzinho pra ele (fiquei bem irritada quando ele mencionou saber o destino que ela deu ao dinheiro que recebeu pelo trabalho. E como essa informação não foi suficiente pra fazê-lo investigar? – já que por muito menos ele a julgou e condenou imperfeita para ele – tenha dó, né?).
Quando Zafir desceu do pedestal, ficou claro que Kat era a parte nobre – com defeitos e virtudes – do relacionamento malfadado que mudou a vida dela, marcou a dele e agora o rei insistia em recomeçar, nos termos de que seria um arranjo temporário porque eles tinham uma química insana. 

Depois as pessoas me perguntam por que eu não gosto de sheiks: na verdade, detesto qualquer personagem que se ache o dono supremo da razão e não ouça o outro lado antes de sair emitindo decretos sobre a vida alheia. Sim, Zafir também tem a cota de sofrimento, mas isso não o humanizou, não o tornou empático à dor alheia.
Ele sempre reage de forma precipitada (como ao buscar culpados em um determinado momento da trama, fazendo Kat desconfiar de uma pessoa que sempre a apoiou ou nas várias vezes – inclusive depois de saber a verfade – em que insiste em culpá-la por uma insatisfação que é dele). E de certa maneira fez Kat sofrer.
Eu queria muito contar o segredo de Kat, mas não posso. Só vou dizer que não envolve crianças (99% dos casos em outros livros se referem a herdeiros mantidos em sigilo). Posso antecipar que não me lembro de ter lido algo com esta narrativa, de reconstrução de si mesma, e há uma cena no livro que destaca o impacto disso para outras pessoas.

Se o sheik é apresentado ao bom senso e ao fato de que há mais pessoas no mundo é graças ao impacto das escolhas e consequências que ela assumiu. Ele aprendeu muito com Kat, só queria que a tivesse respeitado além da reta final da história.
Conquistas do Deserto
Joia do Deserto – Kat Winters e Sheik Zafir Ibn Hafiz Al-Noury
O amor de um rei – Charlotte McQuillan e sheik Salim Ibn Hafiz Al-Noury
* E ainda há a história entre Riad Arnaud, primo dos monarcas de Jandor e Tabat, e Cassidy O’Connor que foi contada em The sheikh’s Christmas Proposal. Não encontrei em Português.
Arrivederci!!!
Beta
ps.: Fiquei meio confusa com o uso de “perniciosa” para se referir a uma personagem importante nos dois livros. Pelo que percebi da personagem aqui, o adjetivo não se justifica. Na verdade, me soou ruim. Como não li a versão original, não sei se o termo está lá ou se foi escolha da tradução para o Português.

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