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Um novo capítulo para o amor – Jenny Colgan – Cap. 1809

Ciao! 

Sou muito suspeita para falar dos livros da Jenny Colgan. Primeiro porque ela narra situações com as quais a gente se identifica. Segundo, neste caso, pela declaração de amor pelos livros.

Então, vocês podem imaginar que eu gostei deste livro, que eu li em dois dias (e não foi mais rápido porque tinha que trabalhar) e está ligado à outra obra da autora. 

Um novo capítulo para o amor – Jenny Colgan – Editora Arqueiro
(The bookshop on the shore – 2019)
Personagens: Zoe O’Connell, o filho Hari e a família Urquart 

Tudo deu errado na vida de Zoe. E agora ela era uma mãe quase solo, cuidando de Hari e preocupada porque ele não falava, sem um emprego decente e morando em condições longe das ideais. Até que a irmã do ex-namorado e pai do menino surgiu com uma proposta. Ela poderia trabalhar em dois empregos no interior da Escócia, perto do Lago Ness, por seis meses. Zoe embarcou nessa proposta confiando que poderia ser uma luz no fundo do poço onde ela estava.  

Comentários: 

“Coisas tristes acontecem na vida de muita gente. Pessoas que já passaram por situações que você e eu jamais imaginaríamos se levantam todo dia e andam por aí com um sorriso no rosto”.  

Os livros de Jenny Colgan falam sobre pessoas em momentos caóticos de suas existências. E quando falo caótico significa que tudo está tão errado e fora do lugar que parece não ter um rumo possível para a salvação. Como eu passei por um momento assim, a minha tendência é identificar com estes personagens e querer acompanhar a jornada deles rumo a um momento melhor. 

Aqui a gente é apresentada logo no início à Zoe O’Connell, mãe de Hari, de 4 anos, com uma lista interminável de preocupações. O filho não fala e aparentemente não há motivos físicos para isso. O emprego não remunera o suficiente para uma vida saudável. Ela mora em um lugar que está longe, mas muito longe mesmo de ser o sonho mínimo de alguém. Jaz, o pai de Hari e ex-namorado de Zoe, vai e vem como convém ao sonho dele de ser DJ. Ajudar que seria bom, era sofrido e complicado. 

“É para nos lembrar de tudo que há ao nosso redor, de que somos meros intrusos no que sempre esteve e sempre estará aqui. É um lembrete para valorizar e cuidar de tudo, e que as coisas mundanas como casas, louças, joias, todas essas coisas, não duram e não importam”. 

Até que ele contou à irmã, Surinder, sobre as dificuldades de Zoe e do filho. E Surinder fez a ponte com Nina, a amiga que recomeçou a vida na Escócia e estava às voltas com várias demandas, incluindo quem iria assumir a livraria itinerante quando ela entrasse em licença maternidade. Além disso, a família Urquart precisava de uma governanta após as três crianças incontroláveis afugentarem mais uma babá. 

 É exatamente neste olho do furacão que Zoe e Hari desembarcam, em busca de uma vida melhor. E a gente reencontra os personagens de A pequena livraria dos sonhos e descobrimos como eles estão agora.  

Zoe se sente perdida, rejeitada, ao ver que onde esperava encontrar uma solução mágica era tão problemático quanto ela se sentia. Basicamente ela colidiu com outras pessoas, de diferentes faixas etárias, em momentos perdidos das próprias vidas – e seria a catalisadora de mudanças. Algumas boas, outras não tão fáceis. 

“Livros: a única coisa que nunca a decepcionava”. 


Vamos ler sobre a sensação de abandono parental, a falta de limites, o conformismo, a culpa e o arrependimento, o medo diante de uma nova fase, a criatividade para resolver problemas, como o carinho pode incentivar o melhor nos outros, a dificuldade de comunicação. Ah, pode haver algumas menções ao monstro do Lago Ness no livro, mas é melhor você descobrir por conta própria.
 

E tudo isso, com os livros como personagens bem presentes na trama. Seja na van livraria itinerante da Nina, onde Zoe assume e muda algumas normas de trabalho ou na mansão The Beeches, onde Zoe trabalha como au pair de Shackleton, Mary e Patrick. O amor pelos livros é a ligação entre os personagens, indo além do ganha pão de Nina e Zoe, passando pelo estímulo à criatividade de Patrick e Hari ao gosto das pessoas do vilarejo que só Nina parecia ser capaz de adivinhar. 

E uma das frases que mais gostei no livro não é tão longa, nem está no final. Mas prova que, mesmo nos momentos mais difíceis das nossas vidas, podemos ser úteis ou fazer algo bom. Por isso, nunca devemos desistir diante das dificuldades, mas persistir para que elas sejam superadas. Não vou contar quem diz, nem quem ouve, mas encerro meu texto com ela:

“Ainda bem que você existe”. 

Série Scottish Bookshop 

– Links: Goodreads livro, série e autora; site da autora; Skoob; Amazon, mais dela no Literatura de Mulherzinha 

Arrivederci!!! 

Beta

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