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A soma de todos os afetos – Fabíola Simões – Cap. 1820

Ciao!

A Faro Editorial lançou uma nova edição do primeiro livro de crônicas de Fabíola Simões, que está disponível na Amazon.

Sou suspeita para falar, porque li e gostei muito dos outros que ela escreveu: Textos para acalmar tempestades e Deixei meu coração no modo avião.

E vou antecipar: claro que gostei de A soma de todos os afetos!

A soma de todos os afetos – Fabíola Simões – Faro Editorial
(2022)

“Desejo que o livro seja como um carretel de linha, que você usa para costurar sua enorme colcha de retalhos. E que, ao observar a colcha pronta, você perceba que tudo faz parte – tanto retalhos intactos e de cores vivas quanto retalhos puídos e de cores desbotados – e que a diversidade de tons, qualidade do tecido ou desgastes da fazenda foram fundamentais para que o conjunto se tornasse harmônico e possível”.

Eu não conheço a Fabíola pessoalmente. Nunca conversamos diretamente. No entanto, em todos os livros dela é como se a gente batesse um papo muito gostoso. Os textos dela dialogam comigo em diferentes instâncias, a partir de experiências comuns ou não.

Em um livro que fala sobre os afetos que se foram, que permanecem ou os que virão, a escrita é gentil, mesmo que o tema não seja. Sempre me recorda de que a gente precisa manter um pouco de gentileza em tempos tão ingratos. Afinal, nem sempre os dias serão bons e não dá pra “pular” e ignorá-los.

Fluxo da vida

“A vida é água que flui; pode levar aquilo que amamos e trazer o que não desejamos. Aquilo que permanece nos cabe”

As crônicas são divididas em quatro temáticas no livro. A primeira é Somos a soma de nossos afetos. A segunda é Leitura do Mundo. A terceira, Fundo de Gaveta. E a quarta é A Gente tem que continuar.

As reflexões falam sobre como as experiências que vivemos direta ou indiretamente contribuem para a nossa forma de lidar com os nossos sentimentos. E como este filtro que criamos permite a gente entender o mundo e as pessoas ao nosso redor.

Reforçam que ninguém está na vida a passeio. Cada um tem suas alegrias e agruras, e que isso contribui para o aprimoramento e a nossa evolução como seres humanos. Enfim, tudo tem começo, meio e fim. Ciclos começam e terminam. Pessoas vêm e vão. E nem sempre isso quer dizer algo ruim.

“A gente vive e não sabe do que vai ter saudade. Porque saudade não avisa que o presente vai virar lembrança, e poucas vezes distingue o estável do passageiro. Algumas coisas o tempo leva sem piedade e a gente antecipa do que não permanecerá. Talvez seja isso que vem dar sabor – a noção de que passará – como a própria vida que vem e que, a gente sabe, findará”.

A Soma de Todos os Afetos, Deixei meu coração em modo avião e Textos para acalmar tempestades: livros de Fabíola Simões

Tempo, tempo, tempo…

Não é nenhuma novidade que o ser humano perdeu a noção do tempo. A evolução tecnológica modificou os relacionamentos e ainda houve a pandemia. Não sei vocês, mas nos últimos dois anos tive incontáveis momentos de Dia da Marmota (vejam o filme Feitiço do Tempo), onde se tornou complexo diferenciar os dias, que se tornaram um borrão. E mesmo assim, ainda vivemos como o Coelho de Alice no País das Maravilhas, sempre atrasados, sempre sobrecarregados, sempre com algo a ser feito e muito mais a fazer.

Neste ritmo, como discernir corretamente o joio do trigo, o real do aparente, o verdadeiro do falso? Como investir os sentimentos no que realmente merece seu afeto e sua energia? Como desfrutar do que o presente te oferece para construir lembranças que valham a pena ser rememoradas?

A soma de todos os afetos nos oferece a chance de conversar com a Fabíola, mesmo que ela não nos ouça, sobre o que a gente pensa a partir das reflexões dela. Valorizar cada (aparente) pequeno instante, porque a gente nunca sabe o dia de amanhã. Dar às pessoas e aos relacionamentos o melhor enquanto forem presentes na nossa vida. Saber que nem todo dia é dia de festa, mas sempre é possível recomeçar.

O que ninguém nos tira: a capacidade de nos recriarmos em qualquer tempo. A alegria de nos percebermos resistindo, apesar de tudo. A satisfação de percebermos nossa coragem. E, finalmente, a paz de nos aceitarmos por inteiro.

Aproveitando esta última citação, recomendo uma música do BTS que tem tudo a ver com este livro.  E é uma das minhas favoritas: 00:00 Zero O’Clock.

Links: Goodreads; site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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