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O Jardim Secreto – Frances Hodgson Burnett – Cap. 1923

Ciao!

Disponível na Amazon

Mais um livro da Meta de Leitura

Este livro tem uma história bem parecida com o A princesinha na minha vida.

Vi o filme primeiro e, quando descobri que havia o livro, entrou para minha lista. Aí encontrei na livraria e trouxe. Detalhe: o filme de O Jardim Secreto é mais próximo do livro que o A princesinha.

Finalmente, ele chega aqui no Literatura de Mulherzinha, junto com a primavera, a minha estação favorita.

O Jardim Secreto – Frances Hodgson Burnett – Pé da letra
(The Secret Garden – 1911)
Personagens: Mary Lennox e os moradores de Misselthwaite Manor

Mary era uma garota ignorada pelos pais, até que uma tragédia a deixou órfã. E ela teve que se mudar da Índia, onde morava para viver com o tio. ir para uma mansão isolada no interior da Inglaterra, cheia de regras, mistérios e coisas que não faziam sentido. Até que ela soube da existência de um jardim, mantido em segredo. E ela abraçou o desafio de procurar por este local, sem imaginar como isso se tornaria um divisor de águas na vida dela e de todos em Misselthwaite Manor.

 “Dona Mary, toda ao contrário”

Ela era uma menina solitária, que foi deixada de lado pela mãe, que gostaria de ter gerado um menino. Portanto não aprendeu a interagir, nem a ser fofa e encantadora. Era mal-humorada, com a cara sempre fechada, não era doce e parecia insensível e desinteressada.

Por isso, poucos sabiam da existência dela e levou um tempo até perceberem que ela estava viva e fosse resgatada. Não era de falar muito, mas ouvia bastante. Sabia o que era dito sobre ela.

Foi nesse espírito que ela chegou a nova casa onde viveria. Um lugar estranho, misteriosos, cheio de normas e restrições e sob o controle dos empregados. Afinal de contas, o tio não ficava lá desde que a esposa morreu.

O pintarroxo e a porta que ninguém deveria encontrar

A curiosidade de Mary foi despertada pelo pintarroxo do peito vermelho. Ele a mostrou um jardim que ficava inacessível. E o relacionamento do pássaro com o velho jardineiro Ben Weatherstaff despertou o interesse dela. Para quem não manifestava vontade de nada, foi um passo interessante.

Enquanto desbravava Misselthwaite Manor, aprendia sobre as pessoas que moravam ou visitavam ali, como Deacon, o irmão de Martha que tinha dom com os animais; o jardineiro que era tão aparentemente detestável quanto Mary; o choro misterioso que a despertava à noite.

Nesta nova rotina, Mary Lennox vai aprendendo que o mundo não é como ela aprendeu na Índia, nem tão estranho quanto inicialmente pensou ao chegar na Inglaterra. E no devido tempo, ela encontrou a entrada para o local que ninguém mais via há 10 anos.

Capa da 1ª edição publicada em 1911 nos Estados Unidos Fonte Houghton Library/ Wikipedia

“Sentia como se tivesse descoberto um mundo todo seu”

Claro que há um jardim secreto. Mary o descobriu e decidiu cuidar dele, que estava abandonado. Mesmo sem saber o que fazer e mobilizando aliados inesperados – a começar pelo pintarroxo que a guiou até ao local.

Pela primeira vez, Mary descobriu o que era gostar e dar valor a algo. Ela enxergou beleza, mesmo no estado desgrenhado e malcuidado. E percebeu como poderia ser se tivesse um pouco de cuidado, com a vantagem de ser algo que poucas pessoas sabiam ou prestavam atenção. Era um mundo mágico para a garotinha que era esquisita, mas ali era apenas uma garotinha.

O interessante é perceber como o local é a metáfora do florescer de Mary, como ela deixou de ser “toda ao contrário” e se descontraiu. Como que ela deixou de enxergar o mundo a partir da dor do abandono sentimental dos pais e aprendendo a brincar, a se sujar, a enfrentar as situações e finalmente sendo uma se criança como outra qualquer.

Por isso, a presença da garota inicialmente ao contrário e depois causadora de problemas demoliu todo o modo de vida de Misselthwaite Manor. A dor que imperava ali foi perdendo espaço para a vida que Mary, mesmo sem querer, trouxe para todos que moravam ou conviviam na casa.

É um livro lindo, sem ser idealizado e cor de rosa. Ele parte da dor para mostrar que a vida continua, que temos fases como as estações do ano. Ao aprender com isso, e compartilhar o que sabe, a gente pode se tornar cada vez melhor.

– Links: site da editora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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