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Quando o vento sumiu – Graciela Mayrink – Cap. 1094

Ciao!!!
Disponível na Amazon
Eu adoro o jeito de escrever da Graciela Mayrink. Ela consegue transmitir toda uma riqueza de sentimentos sem enrolação. Emotivo e preciso. Outra coisa que eu gosto: os livros dela tem tristezas. Tem alegrias. Não há final perfeito.  
Quando o vento sumiu – Graciela Mayrink – L&PM Editores
(2015)
Personagens: Suzan Carvalho, Renato Torres e Mateus Alves
Eles eram três amigos desde o tempo de colégio. Suzan e Renato eram os melhores amigos de Mateus, que gostava de Suzan, que era apaixonada por Renato, que a considerava uma grande amiga. Já universitários, acompanhamos a rotina deles, as dúvidas sobre as profissões que escolheram, os relacionamentos com as famílias. Os desencontros amorosos são apenas um dos detalhes destas três vidas entrelaçadas. E justamente quando o passado de um deles ressurgir – e o vento sumir – as coisas podem nunca mais continuar as mesmas.
Comentários:
– Apaixonada (o) pelo meu (minha) melhor amigo (a) e ele não percebe. Quem nunca? Certo da profissão que escolheu e batalhando cada vez mais por isso. Quem nunca? Certo da profissão, mas sem saber ainda como chegar ao objetivo que traçou para a própria vida. Quem nunca? Ser pressionado pela família para fazer o que é esperado de você, apesar de ainda não se achar pronto. Quem nunca? Ter o apoio dos pais ou tê-los discordando do que seria melhor para a sua vida. Quem nunca? Tomar uma decisão que pode mudar tudo para sempre e depois você fica pensando se foi a melhor opção. Quem nunca?
– As variáveis são tantas que a possibilidade de você não encontrar um ponto de identificação com o livro é muito pequena. Seja por algo que você viveu ou ouviu alguém contar. O livro começa no reencontro de Suzan e Renato, durante viagem à Alemanha, depois de 10 ou 11 anos do fato que mudou para sempre os laços que os uniam.
– A partir disso, um flashback volta ao tempo em que os dois eram ainda estudavam na Universidade da Guanabara, com 19, 20 anos e tinham um terceiro amigo comum, Mateus. Suzan fazia Turismo e sonhava em ter uma agência. Mateus e Renato estudavam engenharia. Enquanto o primeiro, por causa de um problema com o pai, se desdobrava para ajudar a mãe, o segundo, rico, fugia da responsabilidade da empresa que herdaria para surfar.
– A dinâmica entre eles começa a mudar quando Suzan decide parar de sofrer por amar Renato – que encontra uma namorada – e perceber que nunca a veria além de uma amiga quase irmã. E finalmente percebe que Mateus estava ali esperando por ela o tempo todo. Por que não dar uma chance? Suzan resolve tentar, Mateus aceita esta oportunidade e tudo parece que se encaixou… 

O que preciso de verdade é de alguém que me ame, que faça eu me sentir especial. É o que preciso e acho que ele pode fazer isso tudo por mim. Você nunca quis se sentir especial, mãe? Você nunca se sentiu especial?” (p.112)

– Mas como a vida tem os momentos “rasteira”, o problema que mudou a vida de Mateus e da mãe dele, Eulália, está de volta. Eles precisam mais uma vez lidar com o pai, Vagner, e com as consequências da atitude errada que causou muito sofrimento à família. Ele não confia no pai, não o quer por perto e teme que algo dê errado. Ou como ele mesmo diz, inspirado na música que o ajuda a lidar com isso, com medo de que o vento suma.
– Então temos o fato que muda o rumo da história. Diante de uma decisão difícil, o que você faria? Mateus tomou a decisão que achou correta. Só que não poderia prever o desfecho dela para si e para as pessoas que ele ama e que o amam. Por um momento, achei que teria que me conformar com um final coerente, porém muito injusto – por isso mesmo, tipicamente possível na vida real (para quem se
apegou aos personagens e só queria ver todo mundo realizado e feliz). Por sorte, a Literatura dá opções que a vida não concede. Mas ainda bem que podemos – ao menos no livro – escolher outra opção, que também cobra um preço, dá raiva, mas é menos injusta. 
– É isso que eu gosto na escrita da Graciela. É uma trama que não desperdiça cenas, não desperdiça sentimentos, não enrola. Não nos poupa, nem nos ilude do que a vida é. Sabemos que o sofrimento existe. Não podemos fugir dele. Sabemos que amadurecer passa por fazer escolhas e assumir as consequências. Mas deixa uma janela aberta para como a gente gostaria que ela fosse.
Arrivederci!!!

Beta
ps.: Ah, para quem não conhece…



Vocês não acharam que eu terminaria este post sem reforçar a citação da música-tema do livro, né? 

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Todos querem alguem para ama-los, sendo amados com um amor infinito, purissimo, verdadeiro, como mostrado em tantos contos de fadas e livros de romances, mas esquecem-se de que terao de amar em troca tambem. Apaixonar-se eh muito facil ou muito simples mas apaixonar outra pessoa por voce eh uma conquista sujeita a uma possibilidade, que sera uma tarefa longa, terminando bem ou terminando mal …

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