Menu fechado

Cap. 1470 – O homem de lata – Sarah Winman

Ciao!


Tem
livro que parece fininho, mas quando você percebe tem tanta história…
Eu fiquei
surpresa com a capacidade da autora em condensar tantos sentimentos em tão
poucas páginas.
O homem de lata – Sarah Winman – Faro
Editorial
(Tin
man – 2017)
Personagens: Ellis, Michael e Annie
Ellis
sempre quis encontrar um sentido para a própria existência, mas acabou se
conformando com o caminho que parcialmente escolheu e parcialmente o
empurraram. Ao encontrar razões para questionar os rumos que tomou, começa a se
lembrar do de detalhes que eram importantes e de pessoas que marcaram sua vida.
O resgate do que ele sabia ou pensava saber – nem sempre doce, nem sempre
amargo – que a gente acompanha nesta história
Comentários:
– O livro se passa na Inglaterra, caminhando por
diferentes décadas. Acompanhamos desde o início da adolescência até a
maturidade de Ellis Judd. Ele acaba sendo tanto protagonista quanto coadjuvante
da própria história. Protagonista porque os outros dois – o melhor amigo e
primeiro amor Michael e a esposa Annie – gravitam em torno dele. Nós aprendemos
muito sobre os dois pelos olhos e lembranças de Ellis.
– Coadjuvante porque muitas das decisões da vida de
Ellis não foi ele quem tomou, mas tomaram por ele. Tanto que ele percebe isso –
das coisas de que abriu mão “por mal” – ao longo da trajetória, por
circunstâncias que, a princípio, escapavam do controle dele, mas depois ele
tinha autonomia para modificar.
– Fala de perdas – não apenas materiais, mas
emocionais e, de certa maneira, até espiritual (quando a pessoa se sufoca de
tal forma que não consegue ver mais cor em nada) – fala de saudade, fala de
melancolia, fala do que foi e do que poderia ter sido. Fala também que existem
várias formas de amor e, que muitas vezes, as pessoas não se dão conta de tudo
que possuem até o momento que deixam de ter.
– Fala de resgate: como recuperar a si mesmo diante
de tantos vazios e ausências, como lembrar as coisas que davam gosto, sentido e
cor à vida e que foram perdidas/esquecidas/abandonadas pelo caminho. Às vezes,
não é questão de empreender uma busca por um coração, mas aprender a encher de sentimentos
o que recebeu ao nascer.
– Temos o contraponto de Ellis em Michael. O garoto
que tinha perdido tudo foi quem teve coragem de encarar o mundo sem esconder a
sua verdade de si mesmo. Claro que tudo tem um preço, mas ele foi atrás do que
quis, com quem quis e sempre sem esquecer as lembranças do verdadeiro amor. E mesmo
entendendo que nada permanece o mesmo, ainda encontrando um lugar para si mesmo
– importante e, de certa forma, respeitado e imprescindível – no novo contexto.
– E tudo isso coube em 156 páginas: simples, os
sentimentos, as ausências e entrelinhas costuram a trama. A autora se poupa de
palavras e cenas desnecessárias. Ela não precisa escancarar as alegrias e dores
dos personagens. A gente entende. Eu, como uma prolixa assumida, admirei essa
capacidade, de contar coisas tão profundas para os personagens de forma tão
simples: tudo que você precisa entender para ter empatia pelos personagens está
ali.
Arrivederci!!!
Beta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *