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Cap. 820 – Álbum de casamento – Nora Roberts

Ciao!!!
Os
padrinhos, amigos fieis, alguns parentes (inclusive a tia que sempre disse que
“as devotas de Santa Terezinha ficam solteiras a vida inteira”), gente de muito
antes, de mais ou menos agora e que fica por perto para sempre. A igreja não
está lotada, mas nunca fez parte do sonho. As rosas sim, embora cada vez que
imaginava, fossem de cores diferentes. Desta vez, eram azuis. O vestido era
branco, com a exigência de não parecer nem com o bolo nem com capa de botijão
de gás. O cabelo já esteve muito comprido, intermediário e agora, curto,
dispensava penteados elaborados. Os brincos e o cordão de prata. A maquiagem
suave (“não quero que os convidados cantem ‘Alô criançada o Bozo chegou’ quando
me virem”). Para desespero familiar, os
óculos estavam lá – não abria mão de ser quem era e eles eram e sempre seriam
parte dela. No altar, imagem de anjos, da santa de devoção (sim, Santa
Terezinha não é contra matrimônios. Só intercede por eles na hora certa) e o
padre que, com certeza, cumpriria a promessa de perguntar se o casamento era
por coação ou sequestro (piada antiga, mas a memória dele é de elefante). E o
noivo que usava cinza, porque sabia da culpa do Brad Pitt neste ponto em
particular no imaginário dela e, apesar de tão desastrado e tímido quanto a
noiva, era a comprovação de que “por trás destas lentes também bate um
coração”.
Essa
introdução gigante é só pra mostrar pra Mac que se ela não quer, tem quem quer
– e muito – Carter Maguire.
Álbum de casamento – Nora
Roberts – Arqueiro
(Vision
in White – 2009)
Personagens:
Mackensie Elliot e Carter Maguire
Mac,
Parker, Laurel e Emma eram quatro amigas que adoravam casamento. A brincadeira
de infância se tornou a profissão delas, que eram as mentes por trás dos sonhos
realizados na Votos. Mac tinha como missão captar “o momento” em que o sonho se
tornava uma realidade, seja no sorriso, nas lágrimas, no beijo, no olhar que
passava despercebido aos outros. No entanto, a vida pessoal dela era uma bagunça
causada pelas interferências e ausências da vida familiar. Ao reencontrar Carter, Mac
nem podia sonhar com a reviravolta que estava a caminho e deixar para lá não
resolveria o problema.
Comentários.
– Não tinha forma melhor de abrir os trabalhos de 2014 no Literatura de Mulherzinha. Este livro – cuja história também começa em um dia 1º de janeiro – me transformou em um pudim de leite condensado, daqueles que nada na
calda de caramelo e dissolve na boca (meu favorito). 

– Embora eu estivesse em
meio a uma crise de mau humor e sentimentos totalmente antissociais, enquanto
eu lia Álbum de Casamento me tornei um poço sem fim de fofura. 

– Primeiro
porque Nora Roberts é mestre em fazer gato, sapato e lacinhos de fita da gente
– ela sabe escrever, sabe conduzir nossos sentimentos pra onde quer e bem
entende. 

– Segundo porque neste livro a missão dela é simples: fazer a gente se
divertir enquanto sonha. A trama não é complicada, traz elementos de fácil
identificação e parte de um ponto de partida simples: o fato de encontrar o pertencimento para com e em outra pessoa. 

– Em tempo de amores a
cada curtidas ou postagens em redes sociais, isso é muito complicado. Afinal de
contas, dizer “eu te amo” é simples. A gente aprende a conjugar verbos no
presente. Neste caso, o difícil é praticá-lo corretamente. 

More than words to show what you feel. That your love for me is real…

Terceiro: eu passei boa parte do livro brigando com a Mac. A minha
ex-terapeuta (da qual eu me dei alta em um momento de autossuficiência e
arrogância escorpiana) nem precisaria dizer o óbvio: os iguais se reconhecem. Amei ela ser fotógrafa (habilidade que gostaria de ter). 

– A amizade entre ela, Emma, Laurel e Parker é do tipo que a gente torce para encontrar na vida. A dinâmica entre elas, nos bons e maus momentos, também é ótima de se acompanhar… 

– E parte do histórico da personagem tem semelhanças com momentos pessoais meus. Por isso, meu desespero, irritação, chiliques e os “MAC, MINHA FILHA, NÃO FAZ
ISSO!!!
”. 

See the stone set in your eyes.
See the thorn twist in your side

– Onde está a diferença? Os motivos para eu
romper meus círculos viciosos e lidar com coisas que jogava no armário a ponto
de montar uma convenção de Halloween sem fim não envolveram um Carter Maguire.
Porque se houvesse, não teria história, não teria drama, não teria lenga-lenga. 

– Não é possível que, em sã consciência, eu encontrasse um Carter Maguire e não
me apaixonasse por ele no instante seguinte (gente, o único pedido de casamento
que fiz na vida foi para alguém com algumas destas características. E ele achou que eu estava brincando). 

– Porque Nora Roberts conseguiu o que parecia
impossível – um personagem que superasse o Dr. MacAllister Booke
, o Indiana Jones da Paranormalidade, na
categoria “Quem eu sempre quis na minha vida real” (lembrando que o Mac era meu #1, ganhando até do imbatível – para a maioria
– Roarke, da Série Mortal).
– Agora
o trono tem outro dono. Carter Maguire, garoto tímido e nerd na adolescência
quando estudou e se apaixonou por Mac, a reencontrou anos depois nos
preparativos do casamento da irmã. Agora, mais velho, igualmente tímido,
bastante desastrado e estabanado, professor de Inglês especialista em Shakespeare e
totalmente ainda apaixonado por Mac. 

I
wait for you. Sleight of hand and twist of fate. On a bed of nails she makes me
wait. And I wait… without you

– Desta vez, ela o notou (também, da forma
como foi o reencontro seria impossível não notar) e ele, no melhor estilo
Carter (um combo absolutamente improvável, surpreendente e irresistível),
decidiu que lutaria pela garota que sempre quis. 

Through the storm we reach the shore. You give it all but I want more.
And I’m waiting for you.
– E
sabem onde Nora me ganhou neste livro? Ao não promover um “extreme makeover” no
Carter. Porque cansei de ler livros onde o/a personagem nerd e patinho feio
para conquistar quem queria, se transformava radicalmente, como se a aparência
resolvesse tudo, como se trocar óculos por lente de contato fosse a chave para
a fera virar príncipe/bela. 

– Carter continuou Carter, tímido (corando até a
ponta das orelhas *.*), aparentemente inseguro, ocasionalmente desastrado e
atrapalhado, com óculos
e isso ainda virou um fetiche de Mac. (Nora, nem sei por onde começo a
agradecer como a cheerleader oficial do
grupo “pessoas que amam usar óculos”) e mostrando outras facetas que ninguém
esperaria dele (afinal de contas, todo mundo é mais que aparenta. Mas na
maioria das vezes, a preguiça e a comodidade do estereótipo impede que percebam
isso). 

– Carter reforça minha convicção sobre os quietinhos (leiam e descubram
por quê). Gente, é tudo que eu sempre quis. E só serviu para aumentar a minha irritação
de ver Mac surtando se valia a pena ficar com ele ou comprar um bogobol. 

My hands are tied. My body bruised, she’s
got me with. Nothing to win and nothing left to lose.

Passei todo o livro perdidamente apaixonada por Carter, ao ponto de perder a conta
de quantas vezes eu disse em voz alta: “já me vejo casada com ele, tendo lindos
filhos de óculos que vão saber Como
Gostais
e Muito Barulho por Nada
de Shakespeare antes do primeiro dente nascer, com direito a gatos de estimação
e uma biblioteca recheada”. 

– Preciso dizer que a cara de #madrehooligan era algo
do tipo “surtou de vez. Ler demais dá nisso…”, mas ela vai pegar o livro
agora e vai entender a causa da epifania do amor à primeira vista por Carter
Maguire. Duvido que, pisciana melosa, ela resista ao professor de Inglês que
transformou a escorpiana resistente em pudim de leite condensado delirando
acordada com casamento. 

And you give
yourself away. And you give yourself away. And you give and you give… And you
give yourself away
.
– É
o primeiro de uma quadrilogia que, óbvio, pretendo ler. Aliás, um apelo à
Arqueiro. Minha relação com o livro começou beirando a decepção, porque, apesar
do lançamento com pompa e circunstância no início de novembro, ele só apareceu
na minha cidade na virada do mês. Sei de gente que foi atrás dele para me dar de
aniversário e não encontrou. 

– Eu mesma fui a três livrarias – incluindo Leitura
e Saraiva – várias vezes e ouvi tanto o “não chegou” que tinha vendedor com
vergonha de mim. Não gosto de comprar pela internet, ainda mais depois de
traumas recentes com a entrega surtada dos Correios (tem um livro que
eles juram que entregaram aqui em casa, mas não vi até hoje. Só se foi em
alguma realidade paralela ou em Nárnia…). 

– Então para os próximos, Arqueiro,
por favor, acelera a distribuição para quem mora no interior. Os leitores e os
vendedores (uma delas me disse que ficava feliz porque eu entendia que não era
culpa deles não ter o livro) agradecem. 

– (Ainda mais porque se eu tivesse lido o
livro antes do meu aniversário, o Carter teria com certeza sido o motivo do
sopro das velinhas – sim… I can’t live
with or without you
).
**** Quarteto das Noivas ****
Álbum de casamento – Vision
in White
Mackensie Elliot e
Carter Maguire
Mar de rosas – Bed of Roses
Emmaline Grant e Jack
Bem-casadosSavor the moment – Laurel McBane e Del
Brown
Felizes para sempreHappy ever after – Parker Brown e Malcom Kavanaugh
Bacci!!!
Beta
ps.:
E este post sofreu sérias interferências musicais, culpa das minhas decepções
com o público votante do The Voice EUA, que em duas semanas tiraram dois dos
meus três favoritos. E eu citei aqui duas músicas interpretadas por um deles,
James Wolpert, o ex-universitário que trabalhava em uma loja da Apple e largou
tudo para tentar ser cantor. Em um dos programas, ele participou de uma versão
de More than Words
 – atire a primeira pedra quem nunca
tentou cantar essa música. E foi eliminado na semifinal, mesmo após a
ideia de gênio do Adam Levine (que me surpreendeu muito como técnico) de
colocá-lo cantando o motivo do Bono Vox ser uma fantasia permanente na minha vida, With or without you. A blogueira neurótica inconformada não parou mais de ouvir as músicas… E isso veio parar aqui.

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Oh, eu fiquei apaixonada pela capa de beleza simples deste romance e muito atraída pela sua história graças à descrição de seu personagem masculino principal !!! Tem um demoninho tentador sapateando em meu ombro direito nesse momento …

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